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Desemprego acima dos 18 % e défice sobe para 6,6 %

Previsões macroeconómicas derrapam e Governo anuncia que cortes nos ordenados e pensões são para continuar até 2015 e que se prepara para avançar com o despedimento de 20 mil funcionários públicos ainda este ano.

O Governo espera que a taxa de desemprego cresça para mais de 18 por cento já este ano, passando dos 15,7 por cento em 2012 para 18,2 por cento em 2013 e continuará a subir em 2014 atingindo um novo máximo histórico de 18,5 por cento.

De acordo com os dados da apresentação do ministro das Finanças, Vítor Gaspar, sobre a sétima avaliação do Programa de Assistência Económica e Financeira estas novas previsões representam um aumento de 1,8 pontos percentuais face à estimativa da quinta avaliação e de 2,6 pontos percentuais nas estimativas para 2014. Mas esta não é a única má notícia confirmada hoje, pois soube-se que o défice orçamental do ano passado poderá atingir os 6,6 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), depois do chumbo do Eurostat à operação de concessão da ANA e operações que passam a entrar nas contas.

Recorde-se que a operação de concessão da gestora dos aeroportos portugueses vale cerca de 0,7 pontos percentuais do PIB no défice orçamental de 2012. Para além da ANA, serão ainda feitas algumas reclassificações pontuais que atiram o défice para um valor ainda mais alto, quando a estimativa e a meta que o Governo tem reafirmado do défice em contas nacionais era de 5 por cento do PIB. Contudo, a nova meta para este ano passa a ser de 5,5 por cento. O Governo já tinha pedido à “troika” uma revisão dos objetivos durante a quinta avaliação do programa de ajustamento, que aconteceu em setembro do ano passado, e voltam agora a ser revistas.

Inicialmente, a meta do défice de 2012 era de 4,5 por cento e passou a 5 por cento, e a deste ano de 3 por cento passou a 4,5 por cento. Agora, está em cima da mesa uma meta do défice mais alta que a já revista para o ano passado, mas que o Governo (em contas nacionais com os critérios de Bruxelas) não irá cumprir. Nessas circunstâncias, a economia portuguesa deverá recuar ainda mais este ano, estimando-se agora que a recessão já não seja de 1 por cento do PIB, mas sim 2,3 por cento.

A revisão em baixa foi hoje anunciada pelo ministro das Finanças. Na conferência de imprensa de hoje, Vítor Gaspar afirmou ainda que o crescimento só deve voltar no quarto trimestre deste ano, esperando o Governo que a economia cresça no próximo ano 0,6 por cento. Entretanto, o semanário “Expresso” noticia no seu site que os cortes nos ordenados e pensões são para continuar até 2015 e que o Governo se prepara para avançar com o despedimento de 20 mil funcionários públicos ainda este ano. De resto, confirma-se que a “troika” aceitou dar mais um ano a Portugal para cortar 4.000 milhões de euros na despesa do Estado.

Comentários dos nossos leitores
David Pinto davidpinto1983@gmail.com
Comentário:
Génio da gestão, parabéns por essas medidas, dignas de um economista de topo. É mesmo triste, o governo é de quem? Do povo ou dos bancos?
 

Desemprego acima dos 18 % e défice sobe para
        6,6 %

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