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Linhares da Beira

Situada na vertente ocidental da Serra da Estrela, elevando-se a 820 metros de altitude, encontra-se Linhares da Beira, aldeia histórica do concelho de Celorico da Beira. Fundada pelos túrdulos e mais tarde conquistada por romanos e mouros, esta antiga vila medieval foi reconquistada definitivamente por D. Afonso Henriques, que lhe concedeu foral em 1169.

Estabilizadas as fronteiras do reino português, Linhares continuou a ter significado estratégico, integrando o sistema defensivo que guardava a bacia do rio Mondego, na retaguarda das fortificações da raia beirã. O seu castelo, reconstruído em 1291 durante o reinado de D. Dinis, supostamente sobre as ruínas de um antigo castro pré-romano da Idade do Ferro, desempenhou neste âmbito um importante papel.

Daqui se avista uma boa parte do restante património histórico da localidade, no qual se destacam a igreja matriz de origem românica, onde se encontram três pinturas do mestre português Vasco Fernandes (Grão Vasco), o pelourinho manuelino, a casa da câmara, com as armas reais de D. Maria, e ainda os solares Corte Real, de construção barroca do século XVIII, e Brandão de Melo, de estilo neoclássico do século XIX. Num passeio pelas ruas da aldeia podem também ser encontradas várias portas e janelas decoradas ao estilo manuelino, estando uma das mais elaboradas sobre o acro de acesso à antiga judiaria.

Linhares deixou de ser sede de concelho em 1855, contando na altura com 12 freguesias e cerca de sete mil habitantes. Atualmente, vivem na aldeia sensivelmente três centenas de pessoas.

Para além do seu interesse histórico, Linhares da Beira atrai também pelas excelentes condições para a prática do parapente. Às condições proporcionadas pela natureza, aliam-se ainda uma escola e instalações equipadas para os praticantes, levando a que a aldeia seja conhecida nos dias de hoje como a capital do parapente.

Linhares da Beira

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