Imaginem um projeto que se caracteriza por apostar em pessoas. Não em estranhos, apenas em pessoas nossas, pessoas próximas. Imaginem que um Presidente de Câmara só utiliza os funcionários da sua edilidade, reduz a zero os contratos e parcerias. «Mas os nossos são fracos» dirão alguns. Mas ele acredita que pode formar, pode tornar eficientes os seus trabalhadores. Acredita e aposta em formações, em contactos esporádicos com quem sabe e não se cobra por partilhar algum saber. Telefona aos amigos e eles sugerem e os funcionários investigam. A lei deste Presidente seria proibir o «não sei», «não tenho experiência», «nunca fiz» trocado imediatamente por horários adstritos a formação. Responsabilizar, associado a reduzir, tem de vir com recuperar, reutilizar, melhorar, humanizar. A imagem dos seis funcionários a olhar e um com as mãos no maço, ou quatro a dar ordens e um a mudar a lâmpada, isso tem de melhorar, tem de ser mais eficiente. Há hoje encarregados nascidos de posições de operário que se recusam a alinhar uma parede (que já fizeram com esmero), mas agora são chefes – não trabalham. Responsabilizar é também premiar a adaptação à adversidade, é selecionar por volume e dedicação. Uma das decisões políticas mais importantes do futuro está em melhorar a administração pública fazendo-a mais pequena, mais útil, mais humana. Os impostos servem para pagar as coisas sociais, os serviços que entendemos dever ser gratuitos. algumas ações em prol da vida saudável. Um Estado de pessoas sãs gasta pouco em saúde. Um Estado culto aposta em educação, desporto, arte e ciência. Responsabilizar é, pois, fazer mais com menos, fazer melhor com menos, reduzindo mas formando, reutilizando e sobretudo refletindo, planeando, organizando.
Por: Diogo Cabrita
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