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Feira do Fumeiro importante para «estabelecer novos contactos comerciais»

Certame promete encher o Pavilhão Multiusos de Trancoso nos próximos dois fins-de-semana

Trancoso volta a ser a capital gastronómica da região por ocasião da 10ª Feira do Fumeiro – Salão dos Saberes e dos Sabores dos Castelos do Côa, organizado pela AENEBEIRA – Associação Empresarial do Nordeste da Beira.

Enchidos, queijos, vinhos, azeites, pão, doces regionais e produtos artesanais prometem atrair muito público ao Pavilhão Multiusos de Trancoso. Os expositores mostram-se, no geral, otimistas para mais uma edição do certame e salientam a sua importância na divulgação dos produtos regionais e no estabelecimento de novos contactos comerciais. António Fonseca, responsável da Salsicharia Fonseca, sediada em Freches, entende que a feira constitui uma «boa oportunidade para divulgar o produto num tempo difícil», dando a conhecer os produtos a «muita gente que vem de fora, e que muitas vezes volta porque gostou do que viu e provou». O empresário, que participa desde o primeiro ano, sublinha que o evento é também importante para conseguir contactos comerciais e conquistar mais clientes. «É sempre um extra, e mesmo que a feira seja fraca vende-se sempre mais do que se estivermos parados», afirma António Fonseca.

Jorge Lourenço, da Queijaria Quinta da Lapa, de Malhada Sorda (Almeida), afirma também que a Feira do Fumeiro «é um bom certame, não tanto para as vendas mas mais para conseguir novos contactos, para o comércio interno e também para exportação». O responsável da queijaria sublinha que «nos anos anteriores tem sido esse o principal aspeto da feira», já que «continuamos a trabalhar com alguns contactos feitos em anos anteriores. É uma das boas formas de dar os nossos produtos a conhecer numa zona pobre e fraca», conclui. De igual modo, José Rocha, da Catedral de Baco (Poço do Canto – Mêda) diz ter «mais expectativas para a divulgação e para conseguir novos contactos» do que para as vendas, ao mesmo tempo que elogia o evento por permitir «mostrar o que de melhor sabemos fazer nesta região».

Já Maria Eugénia Torres, dos Sabores da Geninha (Figueira de Castelo Rodrigo) entende que a Feira do Fumeiro é «uma boa montra para dar a conhecer os nossos produtos e aumentar um pouco o volume de negócios», destacando que «é neste tipo de eventos que o produto de boa qualidade é mais procurado».

Menos otimista está Maria Rodrigues dos Santos, da Padaria Trancosense. «Estamos assustados porque este ano, no seguimento do que foi 2012, começou mal», refere a responsável, dizendo por isso que encara a feira deste ano «com algumas reservas». Quanto ao evento, a dona do estabelecimento sustenta que «é sempre importante haver este tipo de iniciativas para divulgar produtos e produtores», mas sublinha que «é preciso é que haja pessoal». José Matos, artesão de Vila Franca das Naves, também não se mostra confiante, afirmando que «este ano é uma incógnita». «Nos anos anteriores tem corrido bem e tem havido muita gente, mas com o agravar da crise não sei como vai ser», refere o artesão, que executa trabalhos em madeira. «As pessoas têm menos dinheiro para gastar, e quem tem algum guarda-o porque não sabe o dia de amanhã», continua José Matos, admitindo contudo que a feira «é uma importante forma de contactar com o público e dar a conhecer o artesanato local, apesar de ser mais virada para o fumeiro e para o setor agroalimentar».

Paralelamente ao evento, decorrerá a sexta edição do Festival Gastronómico, que tem como objetivos principais promover e divulgar a gastronomia regional, e aumentar o volume de negócios da restauração de Trancoso. Este ano participam nove restaurantes, que apresentarão nas suas ementas pratos típicos confecionados à base de produtos existentes na feira. O Restaurante Portas d’El Rei é um dos participantes, e o seu responsável mostra-se «otimista» para mais uma edição do evento. «Se correr como nos anos anteriores vai ser muito positivo», diz António Fernandes, reconhecendo contudo que «o contexto de crise poderá refletir-se em menos gente». O responsável deste restaurante, que participou em todas as seis edições, considera que «é sempre importante, nos tempos que correm, haver este tipo de eventos», para «divulgar a atividade e quebrar um pouco com a monotonia do resto do ano».

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