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Colocação da esposa de coordenador do IEFP Guarda sob suspeita

Cláudia Fonseca foi escolhida entre mais de 300 candidatos, superando a competição com uma nota (quase) perfeita na entrevista

Com uma entrevista, Cláudia Fonseca deixou de ser a 47ª classificada e ultrapassou todos, sendo escolhida no âmbito de um concurso promovido pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP). Num procedimento em que partiu em último, a guardense conseguiu a melhor nota e o lugar de formadora no Centro de Emprego da Guarda de 2013 a 2015. Porém, o facto de ser casada com um coordenador do IEFP local, Hugo Fernandes, despertou a curiosidade a e polémica num blogue, e mais tarde num jornal diário nacional.

Mais de 340 candidatos foram admitidos no grupo de recrutamento 200 – Português e Estudos Sociais/História na Guarda, mas só 47 foram convocados para uma entrevista. Contudo, nem todos marcaram presença: «Apenas quatro se apresentaram e os restantes 43 faltaram injustificadamente ou não reuniram as condições requeridas (por exemplo, não comprovaram a informação registada na candidatura)», adiantou o gabinete de comunicação do IEFP a O INTERIOR. A nota de Cláudia Fonseca, que teve 18,75 (mais 2,5 valores do que o segundo classificado), permitiu uma vitória à “tangente”. Isto porque a escolhida teve 20,060 na classificação final, a uma curta distância de Sónia Batista (19,911), que ficou na reserva. O IEFP afirma que o marido da candidata «não teve qualquer interferência no concurso, nem tão pouco na equipa de apoio que o assessorou».

As suspeitas está lançadas e por causa delas o IEFP já se encontra a investigar o caso, pelo que «a decisão final sobre este assunto está dependente desta averiguação, que será rápida e objetiva», refere a responsável pela comunicação, reiterando a vontade de assegurar «o estrito cumprimento da lei e dos princípios éticos subjacentes» neste concurso. Ao contrário do que foi noticiado, o IEFP garante que «a candidata possuía os requisitos exigidos para concorrer nos grupos de recrutamento 200 e 300 – Português». A mesma fonte defende ainda que «este concurso para a contratação de formadores, que nunca se realizou no passado, rompe com o monopólio da contratação direta pelos Centros e é uma procura evidente de maior abertura, rigor e isenção». Arlindo Ferreira, do blogue DeAr Lindo, foi o primeiro a questionar a escolha de Cláudia Fonseca, publicando o email de um leitor.

Sara Quelhas Hugo Fernandes «não teve qualquer interferência no concurso», diz IEFP

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