Localiza-se na Quinta da Medroa, perto da Mizarela (Guarda), o único lagar da região certificado para produção de azeite biológico. A Cooperativa Camponeses do Vale do Alto Mondego – Parque Natural começou a trabalhar no ano passado, «depois de cinco anos de luta para por o lagar de pé e um ano de experiência», e dedica-se agora «quase em exclusivo» à produção deste tipo de azeite, adianta o presidente da direção.
Para Mário Martins, trata-se de uma aposta lógica. «Cada vez mais as pessoas procuram produtos biológicos, que não estejam contaminados. Além disso, há muitos lagares de produção tradicional, pelo que seríamos mais um. Tínhamos, pois, de apontar a um nicho e escolhemos este», justifica o responsável. Nesse sentido, o lagar está equipado com «a maquinaria mais moderna» que permite a obtenção de azeite «puro e da melhor qualidade» sem originar «qualquer produto poluente», destaca o presidente da cooperativa. O lagar recebe sobretudo azeitona de variedade galega, típica da zona, de «pequenos produtores não certificados e que não utilizam adubos ou pesticidas para tratar o olival», acrescenta Mário Martins.
A cooperativa congrega atualmente 150 olivicultores da zona do Vale do Mondego, mas pretende atingir os 500 dentro de três anos. Mário Martins sublinha que «há muitos produtores» nesta zona e revela que o último ano foi «excelente» em termos de produção de azeitona, «quer em quantidade, quer em qualidade». O azeite produzido no lagar da Mizarela chegará «em breve» ao mercado, sob a marca registada “Medroa”, e apresentar-se-á embalado em «latas próprias e envernizadas por dentro», adianta o presidente da cooperativa. Esta opção «evita a exposição do azeite à luz, permitindo uma melhor conservação», esclarece Mário Martins. O azeite destinar-se-á a um segmento de mercado superior e custará o dobro do azeite regular, que ronda os 3 euros por litro.
