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«Já não basta sermos bons, temos de ser perfeitos»

Cara a Cara – Manuel Pinto

P – Qual é o estado da arbitragem no distrito da Guarda?

R – A arbitragem neste momento tende a evoluir bastante, considero até que nos últimos dois anos evoluiu significativamente. Penso que isto resulta do bom trabalho que tem sido feito pelo Conselho de Arbitragem da Associação de Futebol da Guarda, pois é uma das suas grandes apostas, e também do Núcleo, já que neste momento estamos a trabalhar em conjunto. E isso passa pela formação dos nossos árbitros teórica e fisicamente, que julgo ser o ponto-chave. Por um lado, temos formações planeadas de três em três semanas, em que nos reunimos às sextas-feiras no Estádio para debater vários temas ligados à arbitragem do momento. Depois temos também um coordenador de futebol que às terças e quintas dá um treino físico.

P – Há um problema de falta de árbitros ou os que existem atualmente respondem às exigências?

R – Um dos pontos que nos preocupa é a falta de moldura humana. Nós já tentámos, juntamente com a AFG, que abrissem um curso de árbitros porque, se não me engano, este não é realizado há cerca de dois anos. Isso prende-se também com o facto dos formadores atuais não terem tanta disponibilidade como antigamente por causa da sua situação profissional, e mesmo até devido à sua situação a nível da arbitragem. Por conseguinte, essa é uma das questões que vamos tentar combater daqui para a frente com melhor entendimento.

P – Continua a haver muitos jovens interessados em serem árbitros de futebol na Guarda?

R – Alguns… Mas nós gostaríamos que fossem mais porque quanto mais cedo se iniciarem melhor, tanto para eles como para quem os forma. Se são mais jovens é mais fácil serem moldados e ensinados. Penso que isso é vantajoso também para a sua carreira futura na arbitragem.

P – O fim do policiamento nos jogos de juvenis e escalões inferiores continua a ser uma situação preocupante?

R – Sim. Têm-se visto quase todos os fins-de-semana algumas situações menos boas e isso preocupa-nos bastante. Nós – Núcleo de Arbitragem e Associação de Futebol da Guarda – estamos a tentar chegar a um consenso e trabalhamos para garantir que as coisas não correm mal na Guarda, como já aconteceu noutros locais.

P – O facto da arbitragem da Guarda estar representada nas primeiras categorias de futebol de onze e de futsal é um motivo de orgulho?

R – Sim, e acho que esse deve ser um dos pontos para que as pessoas se organizem ainda mais porque eles servem de referência. Às vezes diz-se “é o interior e é difícil lá chegar”, mas se os nossos colegas lá chegaram nós também o podemos fazer. Penso que é ao analisarmos quem lá chegou, depois de todo o seu trabalho, que se percebe que também há essa possibilidade para nós com esforço, aprendizagem e dedicação acima de tudo.

P – Há mais árbitros da Guarda com valor para chegar à primeira categoria?

R – Temos bons valores. Convivo com quase todos os árbitros do distrital e nacional e são pessoas que trabalham e se dedicam a cem por cento… Muitas vezes 150 por cento, porque só assim é que se conseguem atingir os objetivos. Já não basta sermos bons, temos de ser perfeitos. E, olhando para os meus colegas, vejo árbitros com valor e que trabalham bastante para chegar a algum lado.

P – Quais vão ser as prioridades do Núcleo de Árbitros de Futebol da Guarda durante o biénio 2013/2015?

R – Acima de tudo trabalhar para formar melhor os nossos árbitros e dar-lhes matéria para trabalhar e evoluir. Esse é o objetivo principal do Núcleo: sermos amigos dos nossos árbitros e ajudá-los sempre que haja um problema ou preocupação.

Manuel Pinto

«Já não basta sermos bons, temos de ser
        perfeitos»

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