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Polémica sobe de tom à volta de Franquelim Alves

Novo secretário de Estado foi administrador da SLN/BPN.

A polémica da nomeação de Franquelim Alves para o Governo está a subir de tom. Hoje foi Manuel Alegre que considerou eticamente «uma vergonha» que o ex-administrador da SLN/BPN tenha sido indicado e empossado secretário de Estado.

«Eu acho que, do ponto de vista da ética política e da ética da responsabilidade, é uma vergonha», declarou o socialista à agência Lusa, antes de uma conferência do movimento cívico “Não Apaguem a Memória”, em Lisboa. «Não é uma ilegalidade, uma vez que ele não é arguido, nem está condenado, mas é uma questão de ética pública. Acho que não devia ter sido indicado e não devia ter sido empossado», acrescentou o antigo deputado e vice-presidente da Assembleia da República.

Segundo Manuel Alegre, «pelo menos, o Presidente da República devia ter aconselhado o primeiro-ministro a não o indicar». Na sexta-feira, Cavaco Silva deu posse a Franquelim Alves como secretário de Estado do Empreendedorismo, Competitividade e Inovação, cargo que anteriormente ocupado por Carlos Nuno Oliveira, numa cerimónia em que foram empossados outros seis secretários de Estado. O novo secretário de Estado do Empreendedorismo, Competitividade e Inovação mostrou-se nesse dia «perfeitamente tranquilo» com a entrada no Executivo, definindo como uma «falsa questão» as dúvidas sobre a sua passagem pelo grupo SLN/BPN.

«Houve sempre dois fatores determinantes que pautaram a minha conduta e nunca foram postos de lado: o rigor e a exigência», declarou Franquelim Alves. Nessa manhã, o deputado do PCP Honório Novo tinha apelado, na Assembleia da República, para que o Presidente da República não desse posse a Franquelim Alves. «Durante a primeira comissão parlamentar de inquérito sobre o BPN, ficou patente que Franquelim Alves conhecia no princípio de 2008 tudo o que dizia respeito ao Banco Insular», incluindo «um volume significativo de imparidades e de atos irregulares de gestão no grupo SLN/BPN», não os tendo comunicado ao Banco de Portugal, «como ele próprio reconheceu publicamente».

«Por isso, o PCP considera que uma pessoa desta natureza e com este currículo – um currículo, aliás, que Franquelim Alves omite na sua folha oficial de apresentação do seu passado – dificilmente poderá ser indigitado como secretário de Estado de um Governo do nosso país», afirmou o deputado comunista.

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