O Governo considera «impossível» que haja descidas nas tarifas de eletricidade até 2020, noticia o jornal i.
Na sua edição de hoje, o diário refere que a situação fica a dever-se ao facto do défice tarifário da energia elétrica ter crescido para 3 mil milhões de euros, apesar dos cortes já negociados com os produtores. No entanto, o «problema estrutural dos custos é de tal ordem que, mesmo cortando [nos custos], como estamos a cortar, o que estamos a fazer é conter uma subida gravosa e em escalada dos custos da energia», declarou ontem o secretário de Estado da Energia no Parlamento.
Artur Trindade reafirmou o compromisso do Governo de conter a subida dos custos da energia a um teto anual de 1,5 e 2 por cento em termos reais, aos quais terá de se somar a inflação. Para limitar o aumento das tarifas elétricas a 2,8 por cento em 2013, valor que pode ser revisto a partir de abril, foi necessário recorrer a novos adiamentos de custos, além da redução das rendas à produção de eletricidade, explica o i.
Este conjunto de medidas impediu um aumento de 11 por cento nos preços, mas fez subir o défice tarifário para 3 mil milhões de euros. O governo já negociou um pacote de cortes nas chamadas rendas excessivas da energia que chegará aos 1.800 milhões de euros até 2020, mas que são insuficientes para evitar aumentos significativos sem outras medidas. Portugal assumiu com a “troika” o compromisso de eliminar o défice tarifário – dívida dos consumidores às elétricas – até 2020.