Sem quebra do reconhecimento da seriedade que enformam as notícias veiculadas por O INTERIOR, e do qual sou leitor há anos, seja-me permitido um “desabafo”:
Na página 2 do nº 679 pode ler-se que o Papa «contesta também a existência de animais (burro e vaca) na cena bíblica do nascimento de Jesus (…)», repetindo-se aqui o que a Comunicação Social em geral tem difundido até à exaustão desde algum tempo.
Mão amiga fez-me chegar o livro “A Infância de Jesus”, (…) onde as páginas 60, 61 e 62 são bem esclarecedoras de como se lê e não se sabe ler, tendo em conta os dislates que têm sido difundidos. Chegou-se até ao ponto de escrever que, segundo Bento XVI, Jesus não nascera num estábulo, mas sim numa gruta, como se esta não pudesse servir como tal.
Ora, as referidas páginas provam à saciedade como se falseia o que um exegeta concluiu, após estudo aturado das Escrituras. Efetivamente, uma coisa é o que S. Lucas relatou e que, desde sempre, foi conhecido de quem lê ou ouve ler o Evangelho; outra é o que o estudioso (e não é preciso que o seja) deduz e justifica com provas. Foi o que o Papa fez. Só que, no caso, as conclusões a que J. Ratzinger chegou foram completamente subvertidas. Em nome de quê, não sei!
*Título da responsabilidade da redação
Alberto Monteiro da Silva, São Romão (Seia)
