A taxa de mortalidade infantil na Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda voltou a subir em 2011 e para níveis de 1999. De acordo com os dados divulgados na semana passada pela Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro, a Guarda registou a segundo indicador mais elevado em termos nacionais, passando de 4,6 óbitos por cada mil nados-vivos em 2010 para 7,6 no ano seguinte.
À frente da ULS da Guarda, que abrange os hospitais de Seia e Sousa Martins, doze centros de saúde e uma Unidade de Saúde Familiar, ficou o Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) da Amadora, onde a mortalidade infantil foi da ordem dos 8,4 óbitos por cada mil nados-vivos em 2011 (7,4 em 2010). O terceiro pior registo verificou-se no ACES de Odivelas, onde faleceram 7,3 bebés por cada mil nados-vivos em 2011 (em 2010, a taxa foi de 2,3). Em Portugal, a taxa média de mortalidade infantil também subiu para 3,1 óbitos por mil nados-vivos (era de 2,5 em 2010), mas o país permanece entre os melhores da União Europeia relativamente a este indicador de qualidade dos serviços de saúde. Estes números foram compilados através da nova ferramenta “mort@lidades.infantil”, que a ARS Norte lançou em 2011 e foi adotada pelos departamentos de Saúde Pública de todas as regiões no ano passado.
Por cá, a diretora do serviço de Obstetrícia do Hospital Sousa Martins sustenta que este aumento «não tem necessariamente a ver com os serviços prestados». Cremilda Sousa considera que fica a dever-se «aos prematuros, sobretudo aos grandes prematuros [bebés com poucas semanas de vida], o que se verificou em maior número em 2011». A médica garante mesmo que estas mortes «não se conseguem evitar apesar de todos os esforços que possa haver em termos de assistência e cuidados de saúde, que procuramos que sejam sempre os melhores». De resto, os dados nacionais confirmam que a subida da mortalidade infantil verifica-se sobretudo nos óbitos neonatais [recém-nascidos até aos 28 dias]. «Em 2011 registaram-se mais 58 mortes de recém-nascidos até aos 28 dias a nível nacional, num total de 215. A partir desta idade e até um ano de vida verificou-se o número mais baixo de sempre, 70 casos (menos nove que em 2010)», lê-se na informação divulgada.