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A Guarda não é uma terra qualquer!

Sonhar é preciso

As próximas eleições autárquicas de 2013, na Guarda, já estão repletas de dinamismo na ação, coragem para as dificuldades futuras, arrojo nas propostas de desenvolvimento, críticas ao passado, capacidade de ultrapassar as carências, enfim, tudo o que é preciso para que o próximo mandato seja um sucesso nunca visto e nem sequer imaginado!

Faltam as dúvidas, as inquietações pelo estado de coisas que a crise económica tem provocado, as interrogações sobre os melhores caminhos e os melhores processos para a promoção da Guarda e das suas gentes, a humildade criadora, a sensibilidade à democracia social, a simplicidade concretizadora, a visão dos grandes construtores de imagens de futuro e de sociedades reais que os cidadãos possam reconhecer como suas.

O que é que o futuro nos reserva? Naturalmente, aquilo que formos capazes de construir com o nosso esforço e inteligência! O que nos falta para que possamos dar corpo a uma sociedade mais justa, mais próspera, mais solidária e mais atenta aos problemas que nos afligem? Quem serão os novos detentores do poder e protagonistas desse prometido futuro de sucesso? Que capacidades e que segredos estarão para ser revelados pelos novos senhores da Guarda? Será que vamos continuar a enfatizar a necessidade de banir o atraso sistémico, a pobreza continuada e a miséria extrema de uma parte significativa de cidadãos da Guarda?

Muita coisa precisa de ser olhada de frente! Um forte atributo moral e ético se espera que faça parte da bagagem cultural, intelectual e humana de quem se autodenomina capaz de servir a sua cidade, o seu concelho e as pessoas desta nossa terra, que é especial! Sim, claro, especial… Não seria a nossa terra se não fosse especial! A Guarda não é uma terra qualquer! É a terra dos nossos avós e pais, dos nossos filhos, dos nossos amigos! É a terra das nossas alegrias e tristezas, das nossas recordações, da nossa memória e da nossa identidade! Não podia ser senão uma terra especial!

E porque não há outra terra como a nossa, somos obrigados a servi-la, a defendê-la, a sentir-lhe as dificuldades, a atenuar-lhe os defeitos, a enaltecê-la e, sobretudo, a amá-la com aquele fervor quase divinizante, porque se nós lhe chamamos “a nossa terra”, por termos vindo dela, mais natural será que, sendo nossa e nós dela, a consideremos sobre todas as coisas e sobre todos os egoísmos e vaidades que por aí se passeiem. Aqui, na Guarda, não pode haver redutos onde a arrogância e a sede de poder possam encontrar guarida.

Não se conhecem inauditas vontades, nem superiores capacidades, aos aspirantes a governantes já conhecidos, nem isso fará falta se vierem armados de força anímica para enfrentar os desafios, lucidez para escolher os caminhos, energia para vencer o desânimo, sensatez nas decisões, alegria na resolução das dificuldades alheias e, principalmente, sabedoria para apreender os sinais que, vindos da comunidade concelhia, lhe hão-de revelar a ansiedade de um povo pela afirmação plena num mundo cheio de interrogações, mas também de realizações vencedoras, quando a força que o enfrenta sabe o que quer e para que o quer.

Na Guarda não há tolos e tolos serão aqueles que pensarem que, na Guarda, podem vingar projetos de poder pessoal! Quem vier para servir a Guarda e as suas gentes, venha sem receio! Mas temam aqueles que venham para se servir, porque não serão bem vindos!

Por: José Quelhas Gaspar

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