A região da Serra da Estrela continua a ser um destino de eleição dos portugueses para passar o “Réveillon” e as taxas de ocupação dos hotéis confirmam essa tendência. A poucos dias do fim de Ano, a generalidade das unidades hoteleiras da zona apresenta lotação esgotada ou espera alcançá-la em breve.
Os dois hotéis localizados em plena Serra da Estrela tinham no início desta semana ocupações «a rondar os 100 por cento», adiantou Rui Abrantes, diretor comercial da Turistrela. No Hotel Serra da Estrela, situado nas Penhas da Saúde, 85 por cento dos 80 quartos estão já reservados, enquanto a Varanda dos Carquejais, do mesmo grupo, regista uma taxa de ocupação de 95 por cento nos 50 quartos que disponibiliza. «E vamos certamente chegar à lotação esgotada nos próximos dias», acredita Rui Abrantes. Já os Chalés de Montanha, também geridos pela Turistrela, estão esgotados. Nem o preço, inacessível a muitas bolsas, afasta os interessados. No Serra da Estrela, a passagem de ano custa a partir de 820 euros, num programa de duas noites para duas pessoas que inclui refeições e animação; na Varanda dos Carquejais o preço é de 710 euros, e nos chalés, com capacidade para seis pessoas cada, 990 euros. O diretor comercial da Turistrela refere que «ao longo do ano notou-se a crise, mas este período festivo é sempre imune a esses condicionalismos».
«A Serra da Estrela continua a ser um ex-libris nacional no que respeita ao turismo de Inverno e às passagens de ano e por isso as pessoas continuam a visitar-nos em bom número», afirma o responsável. Para o Natal, as taxas de ocupação são «mais baixas, mas igualmente animadoras e semelhantes às do ano passado», adianta o diretor comercial. O Hotel Serra da Estrela tem 70 por cento dos quartos reservados e os chalés têm 80 por cento da lotação ocupada, com programas de uma noite para duas pessoas que custam a partir de 290 euros. Do outro lado da Serra, o panorama é semelhante. Com um programa de duas noites a 356 euros por casal, o Hotel Eurosol Seia Camelo, com 79 quartos, «está esgotado, num cenário semelhante a anos anteriores», revelou um dos seus responsáveis, Miguel Camelo. No entanto, para manter a taxa de ocupação, esta unidade hoteleira sentiu este ano a necessidade de reduzir para duas noites o programa de fim de Ano «devido ao baixo poder de compra».
Já no Natal, a ocupação fica-se pelos 40 por cento, um número «normal» para Miguel Camelo, uma vez que, «por aqui, a quadra natalícia é tradicionalmente passada em família, não havendo o hábito de a passar nos hotéis». Do mesmo grupo, o Hotel Eurosol Gouveia, que dispõe de 48 quartos, apresenta até ao momento uma taxa de ocupação de 40 por cento para o Natal e de 83 por cento para a passagem de ano, mas espera também chegar «aos 100 por cento nos próximos dias», refere a diretora Cláudia Brito. Apesar disso, a responsável diz que «a crise existe». «Para mantermos as taxas de ocupação no máximo tivemos de fazer descontos e implementar preços muito abaixo dos valores dos anos anteriores», refere. Passar o “Réveillon” nesta unidade custa este ano 166 euros por pessoa, num programa para duas noites que, tal como em Seia, sofreu uma redução face ao ano passado. «E poderemos até reduzir novamente, uma vez que temos registado muita procura para programas de apenas uma noite», adianta a diretora.
Na Covilhã, o Hotel Turismo e o Covilhã Parque, do grupo Natura IMB, contam com uma taxa de ocupação de 70 por cento tanto para o Natal como para a passagem de ano. Já as unidades do mesmo grupo na Guarda – hotéis Vanguarda e Lusitânia – não vão além dos 45 por cento. Luís Veiga, administrador do grupo, acredita que as percentagens ainda poderão subir, mas coloca reservas em relação às unidades da Guarda. «A situação económica repercute-se sempre nos números e a somar a isso há as portagens», destaca o empresário, que considera que «a Guarda é a cidade que sai mais afetada» deste cenário que afasta «não só a clientela do mercado interno, mas também a do mercado espanhol». Quanto a preços, duas noites para duas pessoas na passagem de ano custam a partir de 124 euros no Covilhã Parque e 172 euros no Hotel Turismo. Já na Guarda os preços mínimos variam entre os 118 euros no Hotel Vanguarda (sem jantar) e os 150 euros no Hotel Lusitânia. Esta unidade promoverá também um jantar de “Réveillon” a 35 euros por pessoa.
Fábio Gomes