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Da Guarda, A LOJA

Opinião

Relembro, a propósito deste Aniversário da Guarda, um artigo publicado aqui, a 2 de Agosto de 2007, centrado na pergunta “Onde queremos estar em 2025?” e que referenciava o trabalho de José F. G. Mendes, “Cidades como Front-End of Innovation” onde o autor defende quatro atributos para garantir a competitividade de uma cidade, designadamente o da Cidade Talentosa (onde refere os talentos como ativo indispensável na sociedade do conhecimento), o da Cidade Inovadora (onde aponta a capacidade de gerar ideias e torná-las realidade como um fator competitivo), o da Cidade Conectada (onde indica a indispensabilidade da facilidade e intensidade de interação ser encarada como um fator catalisador da atividade na cidade) e, por fim, o da Cidade Distinta (onde releva as características únicas do lugar como a mais segura origem da sua vantagem competitiva). Volto também a reforçar a ideia de que esta Cidade TICD está enraizada na ideia de que “Competitividade e Inovação se tornaram dois conceitos quase sobrepostos” ou seja que a competitividade depende hoje intrinsecamente dessa “combinação entre invenção e contexto, conducente à criação de valor social e económico”

Na verdade, a memória deste conceito foi-me trazida por um novo projeto que nasce na Guarda neste 27 de Novembro e não pelo aniversário propriamente dito que, na realidade e em função do contexto económico-social severo em que nos encontramos, não se compadece com grandes comemorações. A Loja da Guarda, sim. È um bom motivo para falar de criatividade e inovação, que apetece enaltecer mesmo antes de qualquer aniversário. Porque se trata de um projeto de iniciativa privada que assume uma responsabilidade social quando resolve valorizar e mostrar os criadores da Guarda, móbeis da sua CULTURA, que é o verdadeiro produto que a loja vende e, VENDENDO, valoriza, dissemina, promove. Porque assenta na potenciação de singularidades e talentos numa plataforma de interação de agentes que se chama Distrito da Guarda e, assim, lhes coloca um RÓTULO (clip) abrangente e unificador, tornando-os mais competitivos. Porque determina um processo negocial responsável e com regras, entre Criador, Loja e Público, que externaliza a atividade criativa para além do ideário, por vezes demasiado introspetivo do criador, conferindo-lhe OPORTUNIDADE. Porque subverte (positivamente) a ideia (errónea) de que é à administração pública que cabe a salvaguarda da cultura das comunidades e, sem pedir subsídios, agarra essa RESPONSABILIDADE como forma de dar e CRIAR VALOR. Porque se responsabiliza por FAZER FUTURO com aquilo que somos, por RESPEITO e não por compaixão.

Porque mostra uma ATITUDE que todos devemos interiorizar com seriedade pois exterioriza O ORGULHO por aquilo que nos define, ACREDITANDO NA GUARDA, que este novo espaço aLOJA e que não tenho dúvidas que será, para muitos, uma agradável surpresa.

Cláudia Quelhas

Da Guarda, A LOJA

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