Mário Soares, Eduardo Lourenço, Siza Vieira, Carvalho da Silva e Júlio Pomar são alguns dos 70 subscritores.
Setenta personalidades portuguesas subscreveram uma carta-aberta ao primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, a pedir a sua demissão, por considerarem que a política seguida pelo Executivo está a «fazer caminhar o país para o abismo».
Os signatários garantem que as medidas de austeridades anunciadas excederam as que constam, quer no programa eleitoral do PSD, quer no programa de Governo «e as consequências têm um forte impacto sobre os portugueses». A carta-aberta foi enviada ao primeiro-ministro e uma cópia seguiu igualmente para o presidente da República, Cavaco Silva.
Na missiva, assinada por personalidades de vários quadrantes da sociedade portuguesa, como Mário Soares, Eduardo Lourenço, Siza Vieira, Carvalho da Silva e Júlio Pomar, entre outros, os subscritores consideram que «austeridade custe o que custar» está a empobrecer o país. «Perdeu-se toda e qualquer esperança», escrevem, criticando o desmantelamento das funções sociais do Estado, a alienação de empresas estratégicas, os cortes nas pensões, nas reformas e nos salários, o incentivo à emigração e o crescimento do desemprego.
Com as falhas verificadas em todas as previsões económicas, acusam também o Executivo de Pedro Passos Coelho de ter «um fanatismo cego» que está a fazer «caminhar o país para o abismo». Classificam ainda o Orçamento do Estado, aprovado na segunda-feira, de «injusto, socialmente condenável e portador de disposições de constitucionalidade duvidosa».
E, perante este cenário, os signatários apelam ao primeiro-ministro para que «retire as consequências políticas que se impõem, apresentando a demissão ao Presidente da República, poupando assim o país e os portugueses ainda a mais graves e imprevisíveis consequências».
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