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Ausências de Joaquim Valente marcam reunião de Câmara

PSD acha que há «um presidente executivo e outro honorário, para as festas e cerimónias», Valente responde que «deve estar no local certo, no momento certo»

Após faltar a cinco reuniões de Câmara consecutivas desde final de agosto, Joaquim Valente voltou a presidir à sessão na última segunda-feira. Coincidência ou não, o regresso do presidente não passou despercebido à oposição, com Rui Quinaz a considerar que as sucessivas ausências do socialista «penalizam a Guarda» e revelam uma «Câmara sem liderança».

O tema fez subir o tom das declarações no período antes da ordem do dia. Isto porque os vereadores do PSD apontaram o dedo a Valente aludindo a «um sentimento que existe na cidade», segundo Ana Fonseca, para quem «esta falta de liderança preocupa as pessoas, tanto mais em tempos complicados». Também Rui Quinaz considerou que as ausências do edil «passam os limites do aceitável», sendo que «o que se tem visto é a Câmara ser representada quase exclusivamente pelo vice-presidente [Virgílio Bento]». Para o vereador, é como se houvesse «um presidente executivo e outro honorário, para as festas e cerimónias, seja porque Joaquim Valente já não é candidato ou não se preocupa». E, na sua opinião, a situação traduz-se «na falta de projetos e de estratégia para o futuro da Guarda». Uma «apatia» que imputa à falta de liderança do presidente da Câmara, a quem perguntou mesmo se sabia «há quanto tempo não dá voz aos problemas da Guarda».

Joaquim Valente não gostou do que ouviu e acusou Rui Quinaz de «tacanhez», lembrando que as faltas foram «devidamente justificadas». Além disso, o edil acrescentou que deve estar «no local certo, no momento certo, como aconteceu no aniversário da PSP, onde estiveram pessoas importantes para resolver os problemas daquela força policial». E justificou outra falta com a participação, em representação dos autarcas da região Centro, no Conselho Económico e Social (CES), em Lisboa, que emitiu parecer sobre o próximo Orçamento de Estado. «Isso é muito mais importante que a reunião de Câmara, onde estou bem representado pelos vereadores, que estão dentro dos problemas e dos projetos em desenvolvimento», declarou. Visivelmente irritado, Joaquim Valente acusou então Rui Quinaz de «tacanhez» por «não ser capaz de sair daqui», sublinhando que ele, pelo contrário, «mexe-se». «Mexe-se tanto, mas para quê? O que conseguiu para a Guarda?», questionou o social-democrata, mas sem obter resposta.

O vereador aproveitou ainda o facto de Virgílio Bento e Vítor Santos se apresentarem em campos diferentes às diretas que vão escolher o candidato do PS à Câmara para falar em «manifesta desagregação política» da maioria no executivo guardense. «As divisões e diferenças políticas são indisfarçáveis», sustentou Rui Quinaz. Mas também aqui Joaquim Valente, que não se recandidata, discordou: «Este grupo de trabalho está coeso e agregado», garantiu, declarando que vai apoiar «o melhor candidato» do PS à Câmara da Guarda, sem, no entanto, se comprometer para já. Também os dois vereadores em causa refutaram a ideia de um executivo dividido. «Estamos todos no mesmo barco. As divergências políticas discutem-se lá fora», disse Virgílio Bento, enquanto Vítor Santos afirmou que «o executivo está coeso e vai trabalhar até ao final do mandato».

Luis Martins Joaquim Valente não presidia à reunião do executivo desde final de agosto

Ausências de Joaquim Valente marcam reunião
        de Câmara

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