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Assobios e apupos

A sociedade saiu à rua num ato de democracia, manifestando-se contra o Governo, melhor, a cidadania gritou para que o Governo acorde para a realidade social.

Fruto do árduo trabalho de contenção, onde cada um foi fazendo o seu trabalho de casa – racionalizar, poupar e esperar por tempos melhores, pelos frutos desse esforço – num já processo de maturação para o crescimento, isto é, num já falta pouco, estamos quase a chegar e depois teremos o tempo da bonança…, quase incrédulos, mas sem grandes alaridos, o mesmo é dizer – acreditámos que iríamos em breve chegar ao momento de sair “da corda da garganta”, para o momento de vamos aguardar para sermos ressarcidos dos direitos que nos tiraram em prol patriótico, sempre acreditando. Mas, depois de passarmos ao momento do 5º resgate, fomos de novo atingidos com duras palavras já sem chão de exequibilidade – «há que fazer mais e mais esforços», ainda não acabou o tempo do sufoco, pior, é agora que tudo vai ficar mais grave!

Mostramos bom comportamento, lá fomos fazendo o que nos pediam. Mas, chega, já não há quem aguente. BASTA!

Não há ideologia política que justifique estas medidas anunciadas ou outras que as venham substituir, não há já na PRAÇA ninguém capaz de explicar como vamos crescer. O desconsolo é tão grande que sente-se na rua o desespero traído, isto é, de todos os que se foram resignando e que agora vêm que para pouco serviu, pois há que fazer MAIS.

Não vamos aguentar, estou certa, porque já não acreditamos e por isso disparamos em todos os sentidos gritando para que nos ouçam, para que olhem para NÓS.

O que falhou? Quem enganou? Quem está a testar?

É certo, e por todos apoiado que as políticas socialistas conduziram-nos ao buraco, mas, outros disseram que sabiam como sair de lá… Afinal, nem conheciam o buraco nem tinham estratégias assertivas para aplicar, pior, as estratégias que aplicaram e as que apresentam são exatamente contra tudo o que sempre defenderam, contra tudo o que fez acreditar os portugueses para mudança, contra as próprias bases ideológicas dos partidos – eram estas as estratégias?

Parece que para baralhar tudo isto confundem coligação com oligarquia, criando cenários cénicos para engano dos próprios. Vamos perder! Estou certa! Pois parece-me que as estratégias foram a montante mal equacionadas, não trabalhámos bem a questão económica europeia, aliás, só tomámos chá com a Europa. É tempo agora de Vítor Gaspar EXIGIR ao ministro das Finanças alemão o que confidenciaram a 10 de fevereiro deste ano, quando ficou gravado e filmado Wolfgang Schaeuble dizer: «Se no final precisarmos de fazer um ajustamento ao programa (português), depois de tomadas as decisões sobre a Grécia (…), nós estaremos preparados». – Vítor Gaspar respondeu: «Agradecemos muito». É por isso então que esperamos e é por aqui que poderemos sair.

HELP.

Por: Cláudia Teixeira, deputada da Assembleia Municipal da Guarda eleita pelo CDS-PP

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