O antigo selecionador nacional Carlos Queiroz começou a ser ouvido no Tribunal da Covilhã, na passada sexta-feira, na audiência de instrução do processo movido por Luís Horta, presidente da Autoridade Antidopagem de Portugal (AdoP), pelo crime de difamação agravada.
Em causa estão alegados insultos proferidos pelo técnico sobre o queixoso em 2010, durante um teste para despistagem de doping aos jogadores da seleção nacional que estavam em estágio na Covilhã a preparar a participação no Mundial da África do Sul. Carlos Queiroz pediu a abertura da instrução do processo e apresentou 11 testemunhas de defesa, entre as quais Pinto da Costa, presidente do Futebol Clube do Porto, o primeiro a ser ouvido na segunda audiência de instrução. O comentador Rui Santos, o técnico Daniel Gaspar e o ex-futebolista António Simões, companheiros de trabalho do ex-selecionador, são outras testemunhas.
À entrada para o tribunal, Carlos Queiroz disse estar «tranquilo» e «absolutamente convencido» de que a acusação não tem «nenhum fundamento». Acrescentou ainda que «não há base para nenhum acordo» e que «confia na justiça». Queiroz disse também que não está arrependido das declarações em causa, mas reconheceu que, «se fosse hoje, tinha outra posição». Por seu turno, o advogado de Luís Horta, Paulo da Mata, acredita que «há matéria para chegar a julgamento». Segundo os advogados de ambas as partes, a fase de instrução, que deverá incluir um debate final para apresentação de alegações, terminará em julho. Só então se saberá se o caso avança para julgamento. Nesse caso, o ex-selecionador incorre numa pena até aos oito meses de prisão ou multa.