«Uma coisa é fazer a coleção dos cromos dos ídolos, mas que não nos dizem nada, outra é fazer de pessoas que nós conhecemos». Talvez seja este o segredo do sucesso da caderneta de cromos do Guarda Unida Desportiva (GUD) que está a gerar um grande envolvimento dos cerca de 367 atletas, técnicos, dirigentes e colaboradores do clube que estão representados. Lançada a 19 de maio, a coleção já era aguardada há meses e foi muito bem acolhida.
David Martins e Diogo Queiroz, atletas infantis do GUD, mostram-se bastante orgulhosos com o facto dos seus rostos figurarem na caderneta de cromos do seu clube. Ao Diogo, por exemplo, já só faltam 22 autocolantes para completar a coleção e o seu, com o número 150, «já saiu». Tem trocado os repetidos com os amigos e revela que os pais já gastaram «algum dinheiro» com a iniciativa, mas confessa que acharam a «ideia engraçada». Já o David é o cromo 158 e não esconde que ficou «orgulhoso» quando se viu. Entre os atletas não são só os mais novos que estão a fazer a coleção. A prova disso está no capitão da equipa sénior, até porque é a «primeira vez» que sai num cromo. Ricardo Lopes considera a iniciativa positiva e sustenta que, «como é com pessoal conhecido, ainda é mais interessante».
O jogador da equipa principal adianta que costumava fazer coleções de cromos quando era mais novo e que agora até costuma trocar os repetidos com atletas de outros escalões. «Parece que voltámos uns anos atrás», afirma. Outro sénior que está a fazer a coleção é José Brigas, que admite ter sido «um bocado emocionante» quando viu o seu cromo. Também o treinador dos infantis e escolinhas aderiu e realça que é «bonito vermos sair os nossos cromos sair. Quando era pequeno fazia coleções e nunca pensei que um dia também pudesse vir a sair numa caderneta», afirma Hugo Neves. Mais conhecido por Kassongo, o jogador adianta que os «miúdos reagiram muito bem e estavam sempre a perguntar quando é que saíam». Por sua vez, José António Guerra, de 75 anos, será o cromo «mais idoso» da coleção e exibe-o com orgulho na sua carteira, ao lado do autocolante do filho, o treinador Adelino Guerra.
O presidente do GUD confessa que a adesão à coleção era «uma incógnita», até porque, «supostamente, a caderneta era para estar disponível antes do Natal, mas a entidade que seria a promotora atrasou-se e o clube teve de encontrar uma alternativa». António Pissarra recorda que as crianças tinham «expetativas elevadas e seria complicado dizer a miúdos de seis e sete anos que a caderneta já não ia sair». Mas o momento tão aguardado acabou por chegar no passado 19 de maio, num jantar de apresentação da coleção em que «todo o material que veio esgotou», recorda. De resto, apesar dos campeonatos já terem terminado, a procura continua a ser muita, tanto na sede da coletividade, como nos vários quiosques da cidade que se disponibilizaram para vender os cromos.
Ao todo, o dirigente estima que serão lançados «mais de 100 mil cromos», sendo que cada saqueta com quatro autocolantes custa 50 cêntimos. Já as cadernetas custam cinco euros. «É mais caro que as coleções que costumam oferecer as cadernetas, mas esta é uma edição limitada», sublinha António Pissarra, que também está a fazer a sua coleção. Perante o sucesso desta edição, a direção do GUD diz ser «provável» que uma nova caderneta seja editada no próximo ano.
Ricardo Cordeiro