O Aguiar da Beira sagrou-se pela terceira vez na sua história campeão distrital da Guarda no passado domingo, na penúltima jornada do campeonato, após derrotar o Figueirense por 2-1. É o segundo título em três anos de comando técnico do jovem treinador Nuno Sena, que deverá continuar a orientar a equipa no regresso à IIIª Divisão Nacional.
Com a bancada do Municipal razoavelmente composta, o marcador funcionou pela primeira vez aos 18’, quando Fabiano só teve que empurrar a bola para a baliza após Renan ter acertado no poste na marcação de um livre. O tento foi bastante festejado no relvado e nas bancadas, mas o Figueirense acalmou os ânimos cinco minutos depois, quando Óscar Andrade assinalou penálti num derrube de Tino a Gato. Chamado a converter, Faneca marcou “à Panenka” para o meio da baliza com Patrício a nada poder fazer. Pouco depois, os visitantes estiveram perto de consumar a reviravolta, mas o remate de Celso, de fora da área, foi travado por uma excelente intervenção do guardião contrário. O Aguiar respondeu aos 32’ por Josivan, com espaço em zona frontal, que cabeceou à figura de Cobra.
A segunda parte começou praticamente com novo golo para a equipa da casa, num lance de bola parada em que Cobra pareceu ter sido carregado em falta, tendo o esférico sobrado para Josivan que, indiferente aos protestos, rematou rasteiro para o fundo das redes. Passados cinco minutos, Carvalhinho viu o segundo amarelo e deixou o Figueirense reduzido a 10 unidades. Contudo, surpreendentemente, foram os visitantes quem assumiu o domínio da partida, enquanto os aguiarenses evidenciavam algum nervosismo. Aos 64’, Faneca, de livre, voltou a assustar com um remate ligeiramente ao lado e pouco depois foi Zézito a cabecear para defesa de Patrício. Simões viu dois amarelos no espaço de três minutos e deixou as duas equipas a jogar com 10.
Contudo, quando se esperava que o Figueirense intensificasse a pressão, foi o Aguiar da Beira que quase marcou aos 87’, com Tiago Gomes a concluir um lance de contra-ataque com um remate rasteiro ao lado. Aos 91’, Patrício teve mais uma grande intervenção num remate de Gato e, pouco depois, o árbitro, que viu a sua exibição manchada pelo lance do segundo golo do Aguiar, deu o apito final para alegria das hostes da equipa da casa. No final, visivelmente emocionado, o técnico campeão mostrou-se «orgulhoso» e felicitou os seus atletas: «Foram fantásticos. Pelo campeonato que fizemos, sem nunca esperarem que conseguíssemos, acho que mostrámos a força deste clube», realçou Nuno Sena, afirmando que gostava de continuar para «tentar fazer história e, pela primeira vez, manter o Aguiar na IIIª, mas sabemos que não vai ser tarefa fácil».
Também o presidente, que está no cargo desde 1998, mostrou toda a sua satisfação por ter conquistado o terceiro título distrital e garantiu a continuidade de Nuno Sena. «É e continuará a ser o treinador», afirmou, revelando que, em dezembro, o técnico «teve a oportunidade de ir ganhar cinco vezes mais do que ganha em Aguiar da Beira». Jorge Morgado, que ainda não sabe se continua como presidente, assumiu também que «não está em causa o Aguiar na IIIª Divisão». Pelo Figueirense, Paulo Barra reconheceu que a época não correu como planeado, lamentando que os seus jogadores tivessem «lutado praticamente sozinhos» durante o campeonato. «Sou treinador, sou um dos culpados, mas penso que não o principal. Sem querer pessoalizar, o principal culpado é toda uma estrutura que o Figueirense não tem. Já a do Aguiar da Beira fez campeã uma equipa inferior», declarou.
Ricardo Cordeiro