À semelhança do que sucedeu na generalidade do país, o distrito da Guarda registou, em 2011, menos acidentes rodoviários e também uma redução no número de vítimas mortais. O comandante do Destacamento de Trânsito da GNR da Guarda considera os indicadores positivos e indica que se nota uma diminuição no tráfego.
De acordo com o o último relatório de sinistralidade da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), divulgado a semana passada, ocorreram no distrito 483 acidentes com vítimas no ano passado, menos 45 do que se verificou em 2010. Já o número de mortos na estrada decresceu de 17 para 11, sendo que a mesma tendência se verificou no número de feridos graves, 71 para 51, e leves, 633 para 600. Neste sentido, o total de vítimas baixou de 721 para 662. Já em Castelo Branco, também houve menos acidentes em 2011 (561 contra 592), mas o número de vítimas mortais foi exatamente o mesmo, num total de 19. Os feridos graves subiram de 119, em 2010, para 122 no ano passado, uma tendência oposta à que se verificou nos feridos leves, com 664 e 604. Deste modo, o total de vítimas baixou de 802 para 745. Nos dois distritos, não há qualquer “ponto negro” a assinalar, ou seja, não houve nenhum «lanço de estrada com o máximo de 200 metros de extensão», onde se tenha registado, pelo menos, cinco acidentes com vítimas, no ano em análise, e cuja soma de indicadores de gravidade fosse superior a 20.
Os indicadores verificados no distrito da Guarda deixaram satisfeito o comandante do Destacamento de Trânsito da GNR da Guarda que considera que «tudo o que indique diminuição da sinistralidade rodoviária é sempre positivo». Cláudio Saraiva frisa que é «bom para os automobilistas e também reconfortantes para a nossa missão», salienta, avançando com possíveis causas que ajudam a explicar a redução de acidentes e de vítimas mortais: «Diminuição do tráfego, boa política de prevenção rodoviária, maior consciencialização dos condutores associada a operações de fiscalização nas vias onde se verifica um maior fluxo, bem como em alturas festivas como Páscoa, Natal ou Carnaval», sublinha.
A nível nacional, no ano passado, registaram-se 32.541 acidentes com vítimas, de que resultaram 689 mortes, que ocorreram no local do acidente ou durante o transporte até à unidade de saúde, 2.436 feridos graves e 39.726 feridos ligeiros. Em relação a 2010, observou-se uma redução de menos 2.885 acidentes com vítimas, menos 52 vítimas mortais, menos 201 feridos graves e menos 4.198 feridos ligeiros. A colisão foi o tipo de acidente mais frequente, representando cerca de metade dos acidentes com vítimas ocorridos em 2011, 40 por cento do total de mortos e 42 por cento dos feridos graves. A maioria dos acidentes (24.214/74 por cento) e feridos graves (1.533/63 por cento) registou-se dentro das localidades, enquanto o número de vítimas mortais foi superior fora das localidades (353/51 por cento). A melhoria apresentada pelos índices de sinistralidade, face a 2010, continua a ser mais acentuada fora das localidades. Quanto ao tipo de via, o maior número de acidentes ocorreu em arruamentos (59 por cento dos acidentes, correspondendo a 30 por cento dos mortos e a 46 por cento dos feridos graves) e estradas nacionais (23 por cento dos acidentes, 38 por cento dos mortos e 30 por cento dos feridos graves). Em 2011, os utentes com idades compreendidas entre os 20 e os 29 anos foram os mais representativos, em termos de vítimas mortais e de feridos graves.
Ricardo Cordeiro