Cidade capital da província de Trás-os-Montes, Vila Real ergue-se a 427 metros sobre um promontório que forma uma espécie de península entre os rios Corgo e Cabril, sobre o qual sobressai o seu gracioso casario. A cidade enquadra-se numa bela paisagem natural (Escarpas do Corgo), tendo como pano de fundo as serras do Alvão e, mais distante, do Marão. Com mais de setecentos anos de história, Vila Real foi outrora conhecida como a “Corte de Trás-os-Montes”, devido ao elevado número de casas brasonadas ali existentes.
O primeiro foral de Vila Real foi concedido por D. Dinis, em 1289, tendo acolhido nos séculos XVII, XVIII e XIX muitas famílias nobres, cujas residências foram sendo absorvidas no tecido urbano. Hoje, quem visita Vila Real não deixará de ficar surpreendido à vista das numerosas pedras de armas que enobrecem as fachadas de muitos edifícios. O brasão da cidade, gravado com uma espada e um bastão, resume a história do seu primeiro conde.
Comece por conhecer o local onde, no séc. XIII, se fixaram os primeiros moradores, a “Vila Real medieval”, prosseguindo pela “Vila Real antiga” e terminando o seu passeio no frondoso Parque do Município, junto da moderna Vila Real. Aqui, sugere-se uma subida ao alto do Calvário, de onde se abarca uma bonita perspetiva semicircular sobre a cidade, abrangendo, a poente, as serras do Marão e do Alvão e, a sul, a cadeia montanhosa de Montemuro. Para norte deste miradouro ficam os bairros modernos, que se têm vindo a desenvolver no último século.
A cerca de três quilómetros da cidade, merece destaque uma das mais notáveis joias do Barroco português: o Palácio de Mateus. Edificado na primeira metade do séc. XVIII, segundo projeto de Nicolau Nasoni, este edifício é rodeado de belos jardins inseridos numa vasta quinta, sendo considerado um dos expoentes máximos da arquitetura civil do barroco em Portugal. Da sua decoração interior ressaltam os tetos em madeira ricamente trabalhada, o mobiliário de diferentes épocas, pintura dos séculos XVII e XVIII, objetos de prata, cerâmica, e uma biblioteca onde avulta uma edição notável de “Os Lusíadas”. O conjunto arquitetónico é ainda composto pela capela em honra de Nossa Senhora dos Prazeres e pelo espelho de água defronte da fachada.