Portugueses e espanhóis protestaram na semana passada, em Vilar Formoso, contra as portagens na A23 e A25, que dizem estar a prejudicar atividade económica nesta região transfronteiriça.
A ação, que consistiu na recolha de assinaturas e distribuição de panfletos aos automobilistas que cruzaram a fronteira, foi organizada pela comissão de utentes contra as portagens nas A25, A23 e A24 e pela espanhola Comisión para la Supresión del Peaje Luso A-25/A-23. Presentes estiveram também autarcas e empresários dos dois lados, que apelaram o Governo português para que corrija uma medida que consideram «injusta». Essa é a opinião de Isidoro Alanis, alcalde de Fuentes de Oñoro, para quem «não se pode permitir que um Governo tome uma decisão unilateral quando não há vias alternativas à A23 e à A25». O edil, que também é proprietário de um estabelecimento comercial na localidade espanhola, acrescenta as portagens estão a dificultar a vida dos empresários das regiões de Salamanca e Guarda.
«O comércio de Fuentes de Onõro caiu entre 30 a 40 por cento desde dezembro e receio que muitas empresas possam desaparecer nos próximos tempos se a situação não mudar. É que os portugueses vêm cada menos e os espanhóis também não vão a Portugal porque a maioria não percebe o sistema de cobrança, além das portagens serem caras para ir até à Guarda ou Aveiro», disse. Mais contundente foi o comerciante de Vilar Formoso José Vicente Alexandre: «As portagens arruinaram o comércio local», sublinhou. Por sua vez, Francisco Almeida, porta-voz da comissão de utentes, reiterou que «o governo só pode acabar com as portagens na A23 e A25, pois está mais que provado que prejudicam profundamente a economia regional e a vida das pessoas». O dirigente voltou também a chamar a atenção para o facto de não haver alternativas a estas auto-estradas, enquanto o preço das portagens «chega a ser 60 vezes superior nalguns troços ao cobrado na A1».
Depois deste protesto estão previstas mais iniciativas, nomeadamente no Porto, em maio, por ocasião da próxima cimeira ibérica. Até lá, em Vilar Formoso e Fuentes de Oñoro há tarjas com palavras de ordem contra as portagens.