O Ministério da Saúde e a Liga dos Bombeiros chegaram a acordo na passada sexta-feira no caso do transporte de doentes, depois de acertarem o aumento de três cêntimos no preço a pagar por cada quilómetro, que passa para 51 cêntimos.
Nesta reunião ficou também acordado que o pagamento da dívida acumulada do ministério aos bombeiros portugueses até ao final do ano passado, que a Liga estima em mais de 20 milhões de euros, vai ser paga até ao final de abril, disse aos jornalistas o secretário de Estado da Saúde, Manuel Teixeira. O governante acrescentou que a verba total não está ainda apurada, mas admitiu que possa ser superior a 22 milhões de euros. Para o presidente da Liga, Jaime Soares, o acordo «não é bom nem mau, foi o possível», salvaguardando que o que estava em causa «não era uma questão de mais dinheiro ou menos dinheiro». Manuel Teixeira especificou que a partir de agora o Estado vai poupar nas verbas que paga aos bombeiros nos percursos mais longos, através de um sistema eletrónico de gestão que permitirá também levar mais doentes em cada viagem. Outro ponto acordado foi o prazo de pagamento a partir de agora, que passará a ser feito aos bombeiros no máximo de 30 dias.
Este acordo põe fim ao diferendo que as duas entidades vinham mantendo, nomeadamente por causa do transporte de doentes. Na reunião anterior, o presidente da Liga alertou os responsáveis do Ministério da Saúde para a «situação insustentável» que estão a viver «muitas associações de voluntários», devido aos valores em atraso e à quebra no transporte de doentes. Durante o processo negocial, os bombeiros chamaram a atenção para a «degradação progressiva da sustentabilidade económica de cada vez maior número de associações de bombeiros voluntários, motivada pela quebra de receitas proveniente desse tipo de transporte».