Os autarcas da Guarda, Castelo Branco e Abrantes reclamam a revisão dos preços de portagens na autoestrada da Beira Interior (A23). O pedido foi feito anteontem durante a apresentação do VII Festival de Música da Beira Interior, promovido em parceria com a Scutvias, concessionária da A23, que liga a Guarda a Torres Novas.
Segundo a presidente da Câmara de Abrantes, «a auto-estrada que devia servir para a coesão regional tem agora um efeito contrário», considerando por isso «fundamental» a revisão dos valores das portagens, que é de 0,9 cêntimos por quilómetro na A23. Maria do Céu Albuquerque sublinhou que só assim se criarão «condições de competitividade para a região» porque os valores atuais são «proibitivos e inibidores» da circulação nesta autoestrada. O mesmo pensa Joaquim Mourão. O edil de Castelo Branco declarou que «o país tem de ter consciência do que se passa. Ninguém circula na autoestrada», enquanto
Joaquim Valente, autarca da Guarda, defendeu «a isenção de portagens na A23 enquanto a região não alcançar os níveis de desenvolvimento da média nacional, tal como o anterior Governo tinha decidido».
Confrontado com esta tomada de posição, Levi Ramalho, diretor-geral da Scutvias, considerou a aspiração dos autarcas «perfeitamente legítima», mas remeteu-a para «os dois ministérios com a tutela das autoestradas, Finanças e Economia». Anteontem, aquele responsável adiantou que a A23 tinha um tráfego média diário anual (TMDA) de 11 mil veículos até 2008, caindo depois para nove mil «devido à crise» e ronda atualmente os cinco mil depois de introduzidas as portagens. Contudo, na sua opinião, os números que melhor ilustram a crise respeitam à quebra de circulação de veículos pesados de transporte internacional de mercadorias, tendo passado de 1.800 (TMDA) no primeiro semestre de 2008 para cerca de 800 atualmente.