Foi no dia 1 de março de 1996 que morreu em Lisboa, Vergílio Ferreira. Tinha nascido em Melo (Gouveia), a 28 de janeiro de 1916.
Frequentou o Seminário do Fundão (1926-1932). Licenciado em Filologia Clássica pela Universidade de Coimbra, foi professor liceal em Faro, Bragança, Évora e Lisboa, desde 1959. Ficcionista e pensador, estreou-se com o romance “O Caminho Fica Longe”, e o ensaio “Sobre o Humanismo de Eça de Queirós” (1943). Escritor dos mais representativos das letras portuguesas da segunda metade do século XX, a sua vivência fechou-se no labirinto do existencialismo sarteriano. As suas obras mais visíveis serão “Manhã Submersa” (1954), que foi adaptada ao cinema por Lauro António, “Aparição” (1959), que lhe valeu o Prémio Camilo Castelo Branco, da Sociedade Portuguesa de Autores, “Cântico Final” (1960), que serviu de argumento ao filme do mesmo nome de Manuel Guimarães, que por doença não o acabou, sendo o seu filho, Dórdio Guimarães a fazê-lo. Ainda os romances “Alegria Breve” (1965), Prémio da Casa da Imprensa, “Nítido Nulo” (1971), “Rápida a Sombra” (1974), “Signo Sinal” (1979), “Para Sempre” (1983), “Espaço do Invisível” (1965-1987 – quatro volumes), “Até ao Fim” (1987), com que foi distinguido com o Grande Prémio de Novela e Romance da Associação Portuguesa de Escritores, e “Em Nome da Terra” (1990). De assinalar ainda o diário publicado a partir de 1981, sob o título “Conta Corrente”, e o volume de ensaios “Arte Tempo” (1988).
Por: Américo Brito