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Buçaco

A floresta do Buçaco é um lugar mágico e romântico, que devido ao seu isolamento, foi retiro monástico medieval. A Mata Nacional do Buçaco foi precisamente mandada plantar por uma ordem religiosa, a Ordem dos Carmelitas Descalços. Considerada área protegida, esta floresta situada na freguesia do Luso (Mealhada) é um verdadeiro jardim botânico, com cerca de 700 espécies nativas e exóticas, algumas gigantescas, além do mundialmente célebre cedro-do-buçaco (Cupressus lusitanica). No século XVII, as espécies estavam protegidas por um decreto papal que ameaçava de excomunhão quem lhes causasse danos. Estes textos podem ser lidos em painéis colocados na chamada Porta de Coimbra, de onde se admira um vasto panorama.

Os Carmelitas construíram também aí o Convento de Santa Cruz do Buçaco, destinado a albergar essa ordem monástica, e que existiu entre 1628 e 1834, data em que foram extintas as ordens religiosas em Portugal. Do convento original, hoje apenas se podem visitar os claustros, a capela e algumas celas, uma vez que parte da sua área deu lugar no século XIX a um palácio de estilo neomanuelino, posteriormente convertido no Hotel Palace do Buçaco.

A partir deste ponto, recomenda-se a continuação na direção da Capela da Madalena, passando depois pela capela de São Pedro até chegar à Fonte Samaritana. Aí, uma pequena escadaria leva à Varanda de Pilatos, onde se pode encontrar um enorme exemplar do cedro-do-buçaco, bem como um conjunto de edifícios, de onde se destaca o Passo da Cruz às Costas. Começam aqui, em sentido ascendente, os Passos do Calvário de Cristo, ziguezagueando pela mata, até chegar ao Passo do Calvário. Junto ao Calvário encontra-se o Passo do Sepulcro, e um pouco mais acima, a Ermida do Sepulcro, com uma boa vista sobre a mata e o palácio. Continua-se o caminho subindo uma escadaria longa, que leva ao ponto mais alto da Serra do Buçaco, a Cruz Alta, situado a uma altitude de 547 metros. Neste local encontra-se uma cruz em pedra, e o panorama a partir dali é extasiante, sendo possível, num dia de boa visibilidade, abarcar toda a paisagem desde a serra da Boa Viagem, na Figueira da Foz, até à ria de Aveiro.

Regressando pelo mesmo caminho até perto da Ermida do Sepulcro, faz-se um desvio por um pequeno caminho à esquerda que leva até ao desvio da Capela do Santo Antão, também um miradouro, e após regressar ao caminho anterior chega-se às Portas de Coimbra. Depois da visita às Portas, segue-se na direcção do Caifás, onde é possível subir ao cruzeiro e ter nova panorâmica da mata. Do Caifás, segue-se até às ruínas da Ermida do Sacramento, e junto à Capela do Anás vira-se à esquerda passando sob a Porta de Siloé, seguindo até à escadaria da Fonte Fria. Aqui, a água corre entre os lanços da escadaria, produzindo um belo efeito. No final das escadas encontra-se um pequeno lago e, um pouco mais à frente, um lago maior com patos e gansos. Continuando pelo Vale dos Fetos, é possível observar inúmeras espécies destes arbustos, alguns com uma dimensão apreciável. O vale termina junto a um enorme Eucalipto da Tasmânia. Atravessando a estrada, segue-se o trilho em direcção ao Passo da Prisão e à Ermida de Santa Teresa.

O passeio por esta mata e pela Serra do Buçaco não fica completo sem uma visita ao Museu Militar, situado junto das Portas da Rainha, que possui um valioso espólio relativo à época das invasões francesas, e que dá a conhecer a história da Batalha do Buçaco, ocorrida durante a Terceira Invasão Francesa, na qual as forças luso-britânicas sob o comando do General Wellesley derrotaram as tropas comandadas pelo General Massena. Perto do museu, há um obelisco que comemora a derrota do exército francês.

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