Um amigo pode ser um tormento. Se nos chega bebido a casa, se nos leva a um espaço que não gostávamos de ter visto. Amigo que se julga amigo pode ser complicado. Amigo pode ser só no Facebook. Amigo é peça de vestuário se imitamos seus gestos, pode ser cumplicidade, se lhe dizemos segredos, se nos adivinha. O amigo tem uma força intemporal, mas temos de lhe dizer o que está mal. E o amigo tormento obriga-nos a esconder histórias, obriga-nos a fingir conhecimento. Um amigo é um aumento, um acrescento. Mas tem dias que o amigo foi mal escolhido e não há como arrepender. Ele marca um caminho e nós gostávamos que fosse uma rotunda e sair de lá sem ser vistos. Há amigo que nos deve uns tostões e depois o dinheiro leva a amizade, afoga as histórias boas, corrói os pilares. Se vives bem e não me pagas… Julgas que sou teu pai? Amigo não é família. Há os que nos enganam. Há os que abusam. Há os que nos entram pela casa a horas que não queríamos. Assim, amigo vai sendo uma coisa que não é. Amigo ciumento é obra do demónio. Vade retro. Amigo invejoso? Bolas que isso é pecado. Amigo vai sendo cada dia mais restrito. O amigo tem o teu disco, não to pediu. O amigo leu-te o livro, porque o comprou. O amigo é uma força silenciosa que te acompanha pela vida fora, mas nunca te devora. Meus queridos amigos!
Por: Diogo Cabrita