As mulheres brasileiras que têm chegado a Bragança nos últimos tempos foram absolutamente apanhadas de surpresa com a reportagem recentemente publicada na revista norte-americana “Time”. Ao que o ÍNTIMO conseguiu apurar, as senhoras em causa não estão em Bragança para vender o seu próprio corpo, como sugerem alguns rumores postos a circular, mas para aprenderem a ser extremosas mães e mulheres de família. “Pensámos que Bragança, uma cidade pequena e de bons costumes cristãos, seria o sítio ideal para a nossa formação”, declararam M. e R. (Marieva Falácio e Rosminda Bocamiña, que preferem manter o anonimato). “Quando chegámos, procurámos as mulheres da cidade para com elas aprender as lides domésticas e maternais, mas fomos mais rejeitadas que a música portuguesa no Brasil”, explicaram. Perante esta inesperada falta de solidariedade feminina, decidiram recorrer aos homens da cidade. Para o efeito, arrendaram uma casa onde recebem “de forma aberta”, segundo as palavras de M., os vários chefes de família que ali se deslocam diariamente para ensinar a arte de ser boa esposa. O que mais surpreendeu as recém-chegadas foi o completo desinteresse dos homens pelas receitas do Livro de Pantagruel. Em contrapartida, estes “revelam um forte entusiasmo pelo treinamento e planejamento [sic] doméstico ilustrado nas figuras do Kama Sutra”, confessa R. Apesar do passo lento da formação, M. e R. mostram-se esperançadas que após as sessões centradas no quarto elas possam finalmente chegar à cozinha e à sala de estar, onde esperam poder confirmar a sua vocação.
(Nuno Amaral Jerónimo; José Carlos Alexandre)