A família do bebé que nasceu no início do ano sem um pé no Hospital Pêro da Covilhã vai apresentar queixa contra a obstetra que acompanhou a gravidez por o problema só ter sido detetado no parto.
O argumento é que a médica não terá informado a mãe da anomalia «para que não abortasse, pois a doutora é contra o aborto», disse aos jornalistas Cátia Domingos, tia do bebé. Uma versão que o diretor do Departamento de Saúde da Criança e da Mulher disse não compreender porque «o perfil da médica assistente não joga com esta postura». Para José Martinez, haverá duas possíveis explicações para o sucessivo: «Primeiro, não ter sido detetada a anomalia e aí trata-se de um erro médico. A segunda é que a anomalia tenha existido tardiamente na gravidez», disse na passada quarta-feira, dia em que teve iniciou o inquérito interno para averiguar a forma como foi acompanhada a gravidez da mulher.
Por sua vez, o avô da criança, João Domingos, já pediu ao hospital que assuma «as consequências deste erro» e se encarregue do tratamento da criança. «Eles têm que tratar do meu neto e levá-lo onde for preciso para que tenha uma boa prótese», disse. Mãe e filho, o primeiro bebé do ano no distrito de Castelo Branco, tiveram alta no dia 4 e regressaram ao Tortosendo, onde reside a família. O pediatra Ricardo Costa, que acompanhou o parto, adiantou que a criança vai ser acompanhada através da consulta pediátrica e será encaminhada para um centro de referência em más formações congénitas. «O objetivo é descobrir a origem desta anomalia e reintegrar a criança devido às dificuldades que vai terá em termos de mobilidade», referiu o clínico.
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