Esmeraldo Carvalhinho, presidente da Câmara Municipal de Manteigas, defende a instalação de um retransmissor de sinal de Televisão Digital Terrestre (TDT) no seu concelho, para evitar a proliferação de antenas parabólicas.
Segundo o autarca, a partir do dia 26 de abril os habitantes do seu município só terão acesso aos canais de televisão através da TDT complementar via satélite (sistema Direct to Home, ou DTH), uma vez que o sinal terrestre não abrange aquele território localizado em pleno coração da Serra da Estrela. Essa situação merece a desaprovação de Esmeraldo Carvalhinho, que alerta para os custos financeiros acrescidos suportados pelos residentes, e para o efeito visual negativo na paisagem do Parque Natural da Serra da Estrela que resultarão da aquisição de antenas parabólicas. A solução passa, para o edil manteiguense, pela instalação de um retransmissor de sinal terrestre que permitirá difundir o sinal TDT pelas habitações sem «adulterar a paisagem urbana».
Esmeraldo Carvalhinho já reuniu, para esse efeito, com responsáveis da Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM) e da Portugal Telecom (PT), a quem colocou o problema, e sugeriu a instalação do retransmissor, que custa cerca de 50 mil euros, mas ambas as entidades declinaram responsabilidades no processo e não se mostraram disponíveis para assumir o encargo. A resposta negativa leva Esmeraldo Carvalhinho a admitir que, num último recurso, poderá ser a Câmara Municipal de Manteigas a adquirir o equipamento «a expensas próprias», como já fez anteriormente em relação à distribuição do sinal analógico. «A Câmara prefere, numa situação final, ter que pagar o retransmissor do que ter uma paisagem urbana completamente pejada de pratos de antenas parabólicas nas varandas, nos telhados e nas janelas, porque este é um território que queremos preservar a todo o custo», garantiu.
No entanto, o autarca dá conta do descontentamento pela situação, alegando que os habitantes de Manteigas são «portugueses de primeira como os outros» e exigem «igualdade de tratamento». Tudo isto decorre do facto de o concurso lançado pela ANACOM para o sistema digital terrestre «cobrir apenas 87 por cento do território nacional, quando deveria abranger cem por cento».