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Hotéis da região com boa ocupação para a passagem de ano

Unidades da corda da Serra da Estrela com boa procura apesar da crise, da falta de neve e das portagens, que parecem afetar mais os hotéis da Guarda

Mesmo sem neve, a Serra da Estrela continua a ser um destino muito procurado nesta época, especialmente para a passagem de ano. A confirmá-lo estão as taxas de ocupação nos hotéis da região, que atingem, nalguns casos, os cem por cento, isto apesar do cenário de crise, da falta de neve e da recente implementação das portagens nas SCUT.

José Luís Moreira, da Turistrela, confirmou a O INTERIOR a total ocupação do Hotel Serra da Estrela, nas Penhas da Saúde, para a noite do réveillon. «É melhor do que nos últimos anos. A conjuntura económica não é de facto a mais favorável, mas até agora não posso dizer que estejamos a sentir a crise», adianta o responsável. Já quanto à falta de neve, José Luís Moreira é peremptório: «Se não há neve, fabrica-se», numa alusão aos canhões que têm produzido neve artificial na zona da Torre e que tornaram possível a abertura das pistas de esqui na semana passada. «E convém salientar que há mais Serra para além da neve», sustenta. Em relação às portagens, o diretor da Turistrela diz ser «ainda muito cedo» para avaliar qualquer impacto que daí possa resultar.

Opinião diferente tem José Almeida, diretor de operações do Hotel Turismo da Covilhã, que revela ter havido cancelamentos de reservas naquela unidade hoteleira desde o dia em que se iniciou a cobrança de portagens. «Nota-se, com isso, uma retração do mercado, o que nos obriga a alguma “engenharia comercial”, como fazer descontos ou promoções, para conseguirmos alcançar os objetivos mínimos», adianta. A ocupação para a passagem de ano situa-se nos 90 por cento, o que «apesar de positivo, está substancialmente abaixo da ocupação total que registámos no ano passado», refere. Os Hotéis Eurosol de Seia e Gouveia registam uma taxa de ocupação de 75 e 85 por cento, respetivamente.

Para o diretor da unidade senense, Miguel Camelo, este número reflete a «queda das reservas que se tem vindo a registar ao longo dos últimos anos» e que «acontece de forma idêntica de ano para ano, pelo que não sentimos de forma especial os fatores da crise, das portagens ou da falta de neve». Em relação a este último fator, Cláudia Brito, do Hotel Eurosol Gouveia, considera que «as pessoas já não vêm só à procura de neve, mas de outras atrações que a Serra oferece, como o património histórico e cultural, ou outras atividades de montanha, como por exemplo os percursos pedestres». Um pouco à parte deste cenário mais otimista estão os hotéis da Guarda. Ana Birra, diretora de operações do Hotel Lusitânia, diz que a taxa de ocupação deverá ficar em «cerca de 50 por cento», acreditando que «a falta de neve, as portagens e a crise são três fatores que, juntos, geram sem dúvida uma retração, sobretudo na classe média, fazendo com que não haja o movimento de anos anteriores».

Já Nuno Veiga, do Hotel Vanguarda, não avança valores para a taxa de ocupação, mas confirma que «houve uma diminuição de reservas, notando-se sem dúvida uma menor procura» para a época. Na sua opinião, «a atual conjuntura económica vai fazer com que as pessoas cortem nos gastos, diminuindo a procura e as receitas do turismo, não só nesta região como a nível nacional». Algo que ainda não se refletiu claramente na unidade hoteleira da Guarda, uma vez que esta, segundo Nuno Veiga, «distingue-se de outras por estar mais voltada para clientes “corporate”, ou seja, por termos uma clientela que nos procura pela marca e que se insere mais nas áreas de trabalho e negócios do que na área turística».

Nem a falta de neve na Serra da Estrela afasta os turistas no fim de Ano

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