Arquivo

2012

Opinião – 2011

Aí vem o fim do mundo a 21 de Dezembro de 2012, ou talvez não. O que vem é o fim de uma época onde o crédito era o orientador, o grande culto do consumo. Essa época por uns anos entra em colapso e o novo mundo será de contenção de despesas. Reduzir, reciclar e reutilizar como mecanismo económico é o ciclo dos próximos anos. Ganham os sapateiros, as modistas, os canalizadores, as pequenas empresas caseiras. Outro paradigma em queda livre é o da justiça. Não vale a pena lutar por 300 ou mil euros. É que o tempo que demora a justiça alargou-se e portanto somado ao custo judicial mais vale estar quieto. Vamos aprender a perder. Mais vale dilatar o esfíncter esofágico superior e alargar a capacidade de deglutição. O elefante já desce sem deixar a tromba a ver-se ou a orelha para trás. o desafora compensa ser engolido. O cinema pirata, o disco policopiado, a fotocópia regressam em segredo, tomam formas de artesanato e vão ocupando mais espaço. Não há dinheiro para direitos de autor e para pagar luxos. 2012 pode ser o ano das sapatilhas e o princípio da queda da obesidade. Com desemprego a rodos não faltam companheiros para caminhadas e para ginástica coletiva nos jardins das cidades. Há que cortar nos canais pagos, nos telemóveis e outros bens de consumo discutível e regressar ao tempo do contacto direto. Caminhar com os amigos na rua. Comer menos, viver melhor e conversar mais. 2012, antes do fim do mundo, pode trazer um tempo de reconciliação com a vida saudável e com a temperança. Claro que também podemos antever algum desespero, alguns suicídios e muita revolta. A vida não vai por caminho fácil. Também é sabido que os chineses nos vão dar luz, vão comprar o BCP e depois as telecomunicações. Possivelmente tomarão o Porto de Leixões ou de Sines e desse modo trarão os seus produtos para a invasão da Europa. Longa muito longa vida ao camarada Mao.

Por: Diogo Cabrita

Sobre o autor

Leave a Reply