A Qualidade de Vida é dependente do Salário Anual (€), do Tempo gasto na sua obtenção (W = trabalho), influenciado inversamente pela Despesa Mensal fixa e o Agregado Familiar dependente, tudo multiplicado por factores (σ) aleatórios mas que são de grande influência como saúde, existência de heranças, presença de pagamentos não tributáveis.
Esta realidade é indiscutível no cálculo da Qualidade de Vida, que se mede no tempo livre para usar em atividades lúdicas ou culturais, com a família, ou com aquilo que bem se entender. O dinheiro ganho sem ser diretamente dependente de horas de trabalho (rendas, juros, heranças) aumenta a qualidade de vida.
Mas vamos ao que importa: a Qualidade de Vida medida de um modo quase matemático.
Um homem que trabalha 56 horas semanais faz quase 12 horas de trabalho por dia e por essa razão, mesmo que pago com salário alto, tem qualidade de vida duvidosa. Uma pessoa que nunca pode ir a um cinema, que não leva a sua família a um passeio e a um restaurante longe, não se pode dizer que tenha qualidade de vida. Se adiar uma obra importante, se não tiver aquecimento central, ou pelo menos duas casas de banho, não tem qualidade de vida. Uma vivenda sem vidros duplos, sem um pequeno jardim, casa onde o frio nos tolhe, os cheiros se acumulam é má qualidade de vida. Uma família disfuncional também. A saúde e o mau ambiente pertencem aos fatores medidos como variável aleatória.
Assim, o que importa é mesmo tempo: sair cedo, ter tempo para ver os filhos jogar futebol, ler o jornal a beber um café numa esplanada. Encontrar os amigos percorrendo as lojas de um hipermercado. Tudo isto é Qualidade de Vida e obriga a independência económica, reduzidos compromissos com despesa, ausência de filhos drogados, inexistência de pais alcoólicos, ausência de jogadores ou de outras doenças.
Podemos pois medir a Qualidade de Vida utilizando padrões numéricos onde vamos colocando variáveis tidas por importantes. Vejamos então que uma família sem despesas significativas (DM básica – luz, água, gás, telefones, comida, roupa e propinas) pode ter qualidade de vida se os pais trabalharem 35 horas por semana e faturarem 1.800 euros mensais. Mas herdaram a casa, ofereceram-lhes o carro. Se colocarem parte do recebido em créditos, esta família vai optar por trabalhar o dobro, terá menos tempo livre e o valor recebido será dentro de um padrão de não qualidade.
Hoje, este é o cálculo que devemos fazer para decidir qualquer opção em termos de trabalho, emigração, insolvência, ou reforma.
Por: Diogo Cabrita