A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) critica as alterações que contemplam o não pagamento «do retorno do doente transportado à unidade hospitalar» e o «mecanismo de pagamento do preço de quilómetro» dentro das localidades. Com estas mudanças no transporte de doentes não urgentes, o Ministério da Saúde vai pôr em causa a viabilidade financeira das corporações, avisa a LBP.
«Considerando que os bombeiros se dotaram ao longo de duas décadas de ambulâncias e meios humanos para responder às solicitações que o Ministério da Saúde lhes foi colocando, é inaceitável que de repente o ministério altere totalmente as regras do jogo, pondo em causa a estabilidade económica e financeira das associações», afirma o presidente cessante da Liga. Duarte Caldeira acusa a tutela de «estar a brincar com coisas sérias. Se o Ministério da Saúde enviar uma pessoa por transporte público, paga mais do que aquilo que pretende pagar aos bombeiros», exemplificou, adiantando que estão em risco muitos postos de trabalho e até a venda de património por parte das corporações. «Na sequência desta situação, o risco é eliminar postos de trabalho e se as ambulâncias não têm serviços é natural que se equacione a sua venda para minimizar os efeitos», disse. O Ministério da Saúde e a Liga acordaram no passado 23 de novembro a criação de um grupo de trabalho para identificar, até ao final do ano, a situação das corporações e propor medidas para minimizar os efeitos da redução do transporte de doentes. Mas, segundo Duarte Caldeira, ainda não foi agendada qualquer reunião.