A Federação do PS Guarda considera que a proposta apresentada pelo Governo para a reorganização administrativa do poder local constitui uma «descriminação altamente negativa» para as populações mais afastadas dos grandes centros, considerando-a «um recuo na democracia direta que abril nos deu e um atentado à igualdade de oportunidades, em que o esquecimento das pessoas será o produto final ao invés do seu bem estar».
Nas últimas semanas, os socialistas promoveram plenários com militantes e reuniões com Juntas de Freguesia para tomarem uma posição sobre o assunto. A principal conclusão desse périplo é que «traçar as novas freguesias com compasso, régua e esquadro é uma afronta para as pessoas que habitam as regiões do interior e um completo desconhecimento sobre o país real», afirma o PS. A federação guardense ironiza ao dizer que o Livro Verde «demonstra bem a política do “ar condicionado” deste Governo», pois os critérios propostos para a aglomeração ou extinção de freguesias «não teve em consideração as acessibilidades entre localidades, a existência, ou não, de transportes públicos, a identidade de cada lugar, o bairrismo regional», omitindo ainda «o futuro funcionamento das freguesias e o dos funcionários das que serão extintas». Sugere, por isso, que a reforma administrativa seja concretizada «no aparelho do Estado central, nas Câmaras Municipais e não só nas freguesias», cujos presidentes «preferem a redução do valor nos abonos a que têm direito em 50 por cento e preservar as freguesias do que extingui-las», garante o PS.