Figueira de Castelo Rodrigo é o concelho onde o poder de compra de cada residente mais cresceu entre 2007 e 2009. De acordo com um estudo do Instituto Nacional de Estatística (INE), divulgado na semana passada, o Indicador per Capita (IpC) do poder de compra neste município “saltou” 13,21 pontos, passando de 54,8 para 68,01 – um valor que ainda assim fica abaixo da média nacional.
Os dados foram divulgados pelo INE no âmbito do Estudo sobre o Poder de Compra Concelhio relativo ao ano de 2009. Para o presidente da autarquia figueirense, esta subida deve-se sobretudo «a um programa integrado de apoio à criação de emprego, à fixação de empresas e a algumas obras no setor turístico». António Edmundo não esconde que o poder de compra em Figueira «estava muito abaixo da média nacional», daí o salto significativo que obteve entre 2007 e 2009. Na vila, «o maior empregador continua a ser o município, que tem atualmente 130 funcionários», adianta. Mas, por enquanto, a crise não parece ser um entrave à sustentabilidade da própria autarquia: «A Câmara tem um número considerável de funcionários, mas na maioria são quadros médios e os salários não são assim tão altos porque praticamente não há cargos dirigentes», esclarece António Edmundo.
Além disso, o autarca destaca o papel da economia social e do turismo como contributos para o aumento do poder de compra. «Nesse período surgiu uma nova Instituição Particular de Solidariedade Social [IPSS] e uma outra associação por iniciativa de um particular», adianta, acrescentando que «passou a haver também mais unidades hoteleiras e o turismo rural sofreu um incremento». Apesar de reconhecer o salto positivo, António Edmundo diz que agora «o município tem mais responsabilidade» no sentido de manter um crescimento sustentável.
Região Centro abaixo da média nacional
Depois de Figueira de Castelo Rodrigo, surge o concelho de Oeiras, que subiu 12,32 pontos face a 2007, reforçando assim a sua posição como segundo município do país com maior poder de compra, depois de Lisboa. Loures, Alter do Chão, Ferreira do Alentejo, Porto, Arruda dos Vinhos, Machico, Arronches e Vila Velha de Ródão figuram nos 10 concelhos em que cada habitante ganhou mais pode de compra. Mas nem todos os números são positivos. No lado oposto, está Porto Santo, na Região Autónoma da Madeira, onde o IpC caiu 19,68 pontos – um valor que mesmo assim continua a permitir que cada residente tenha um poder de compra acima da média nacional. O estudo do INE mostra ainda que a Região Centro «regista índices de poder de compra per capita abaixo da médica nacional» e, no que diz respeito à percentagem a nível nacional, as sub-regiões Serra da Estrela, Beira Interior Sul, Cova da Beira e Beira Interior Norte figuram mesmo na lista dos que concentram menos poder de compra, tal como já acontecia em 2005 e 2007.
Na Guarda, o poder de compra dos residentes subiu ligeiramente, passando de 91,70 para 94,69. Trancoso, Pinhel, Mêda, Celorico da Beira, Seia, Gouveia, Fornos de Algodres e Vila Nova de Foz Côa também viram o seu poder de compra aumentar. Já no Sabugal e em Manteigas, a tendência foi para diminuir. Com o Estudo sobre o Poder de Compra Concelhio, o INE pretende caracterizar os municípios «relativamente ao poder de compra numa interpretação ampla de bem-estar material».
Catarina Pinto