O construtor da nova igreja da Estação, na Covilhã, exige à paróquia o pagamento de 780 mil euros pela empreitada, concluída em 2009.
Após quase uma década de obras e polémicas, a Igreja da Santíssima Trindade abriu finalmente ao culto há dois anos, mas mais de metade do valor dos trabalhos continua por pagar pela Fábrica da Igreja da Paróquia de Santa Maria. As faturas e autos «já aceites» representam, «com juros, cerca de 780 mil euros», disse o proprietário das construções Consequi. Segundo Rui Ramos, já houve várias reuniões «com representantes da Diocese da Guarda» para calendarizar o pagamento da dívida e vistorias aos problemas de construção de que o clero se queixa. No entanto, «nunca se chega a conclusão nenhuma e por isso tivemos que denunciar a situação num anúncio de meia página no “Jornal do Fundão” [publicado na semana passada]», adiantou. O empresário lamenta o procedimento, mas diz que «não houve alternativa. Há quem ponha a lista de devedores na montra, eu tive que fazer este anúncio».
O construtor garante que a verba em dívida está a causar «grandes dificuldades» à empresa e acusa a Igreja de «dar um péssimo retrato dos valores que devia representar». Já o padre Agostinho Rafael, representante da fábrica da igreja, revelou que a resposta à denúncia pública de Rui Ramos «está entregue a um advogado» e vai ser igualmente publicada no jornal. O responsável refere que o atraso no pagamento está relacionado com defeitos nas obras e escusou-se a falar mais do assunto: «Não estávamos à espera desta atitude do construtor», confessa. Entretanto, o empresário promete enviar o processo às estruturas superiores da Igreja, salientando que «todas as reparações urgentes no edifício foram realizadas».