Apelidados de “ornitorrincos”, os caloiros do Instituto Politécnico da Guarda (IPG) desfilaram pelas ruas da cidade na tarde de sábado. O frio não conseguiu arrefecer o ambiente, nem mesmo no momento do batismo, na Alameda de Santo André.
A fechar a Semana do Caloiro, qualquer material é pretexto para vestir a rigor os recém-chegados ao IPG: cartolinas, sacos de plástico de várias cores ou cartão. O cortejo saiu da Associação Académica ao início da tarde rumo à Praça Velha, local habitualmente escolhido para a apresentação das coreografias. O silêncio que impera junto à Sé é rapidamente interrompido. Em grupo, os caloiros querem defender, a todo o custo, o seu curso: dançam e entoam canções que ensaiaram nos últimos dias. Os gritos de ordem não faltam: «Desporto é fenomenal, o resto é banal» é apenas um exemplo. As coreografias foram ensaiadas semanas antes e o objetivo é conquistar a atenção dos veteranos, que assistem sentados na escadaria da Sé. Há caloiros vestidos de “ornitorrincos”, outros envergam sacos de plástico amarelo e um grupo surge com gorros brancos, não vá o frio ser demasiado. Licenciaturas como Desporto, Engenharia Informática ou Gestão sobressaem, que mais não seja por terem mais caloiros.
Da Praça Velha para a Rua Batalha Reis, os estudantes não descansam. As cantigas continuam, o barulho também. Mostram-se à cidade e preparam-se para o batismo daí a instantes, na Alameda de Santo André. No momento em que são apadrinhados pelos veteranos, nem o frio os pode demover. Um a um, aproximam-se da fonte e são recebidos com autênticos alguidares de água fria. O batismo prolongou-se até ao início da noite.
Catarina Pinto