«Se as coisas permanecerem com as notícias que ouvimos todos os dias duvido que possamos abrir concurso para as obras ainda no mandato atual». O anúncio foi feito por Carlos Pinto durante a apresentação pública do projeto do futuro Teatro Municipal da Covilhã, que vai resultar da requalificação do atual Teatro-Cine projetada pelo arquiteto Manuel Graça Dias.
Falando para várias centenas de pessoas que quiseram assistir à apresentação do projeto e ao concerto que se seguiu, o autarca começou por confessar que aquele era «talvez um dos dias mais simbólicos» dos seus mandatos, pois o edifício é agora uma sala municipal. O que, na sua opinião, tem uma «simbologia que não pode passar minimizada», já que «chegámos aqui depois da Câmara ter tomado o edifício de arrendamento há cerca de 20 anos». Carlos Pinto realçou ainda que «cumprimos a nossa missão de tornar esta sala propriedade do município e de ter chamado um dos grandes nomes da arquitetura portuguesa com uma experiência grande em espaços cénicos» para remodelar o Teatro-Cine. A obra vai custar cerca de quatro milhões de euros, «que têm que se arranjar para fazer o trabalho no tempo mais rápido possível. Espero que dentro do mais curto espaço de tempo estejamos aqui todos a comemorar a abertura desta sala», reforçou.
Manuel Graça Dias revelou alguns dos pormenores da intervenção que consiste na «transformação desta estrutura num centro cultural com uma série de valências diferentes para equipar a Covilhã modernamente com um equipamento que possa responder a uma solicitação enorme de situações diversas». A sala principal, atualmente com capacidade para cerca de mil pessoas, ficará com 500 a 600 lugares, havendo outra sala mais pequena (100 a 120 lugares) para espetáculos «tanto de cinema como de teatro». O arquiteto explicou que o que se pretende é que «o ambiente da sala seja transportado para esta nova situação, corrigido nos seus defeitos, mas fazendo sempre ecoar a memória de quem frequentou este Teatro-Cine». De resto, sustentou que «todos os espaços de público têm uma grande qualidade arquitetónica e nós, por uma questão de afetividade e de racionalização dos custos, somos da opinião que toda essa ambiência será para manter». Em fevereiro do ano passado, a autarquia anunciou ter chegado a acordo com a família Pina Bicho para a aquisição do Teatro-Cine por 2,2 milhões de euros. O pagamento do emblemático imóvel, localizado no centro da cidade, vai fazer-se de forma faseada até 2023.
Ricardo Cordeiro