Decidiram aplicar o novo regime remuneratório da Polícia, mas deixaram de fora os seus subordinados. Só para o “chefe” máximo, avança o “DN”, foram mais de 800 euros mensais.
O diretor-nacional, três diretores-adjuntos e o inspetor nacional da PSP aumentaram os seus próprios vencimentos no ano passado, segundo apurou uma auditoria da Inspeção-Geral de Finanças divulgada hoje pelo “Diário de Notícias”.
O diretor nacional, superintendente-chefe Francisco Oliveira Pereira, que se aposentou em abril deste ano e o diretor-nacional adjunto de Operações e Segurança, superintendente-chefe Guedes da Silva, atualmente chefe máximo da PSP, decidiram aplicar o novo regime remuneratório da Polícia a este grupo restrito mas deixaram de fora os seus subordinados. Só para o “chefe” máximo, avança o “DN”, foram mais de 800 euros mensais.
Confrontado com o caso, o presidente do Sindicato Unificado de Polícia (SUP) garante que vai apresentar queixa contra os diretores que aumentaram, em segredo, os seus salários. «Não nos resta outra alternativa senão entregar este relatório à Porcuradoria-Geral da República para eventuais procedimentos. Estamos muito expectantes e queremos acreditar na Justiça», afirmou Ernesto Peixoto Rodrigues à TSF.
Já o presidente da ASPP/PSP, Paulo Rodrigues, disse à Lusa que a situação é «imoral» e lembrou que em janeiro de 2011 a principal reivindicação dos polícias era a de que todos passassem para as novas tabelas remuneratórias, o que não aconteceu. O dirigente acrescentou que esta situação, da qual a ASPP já tinha conhecimento, «afasta claramente» a direção da polícia de todos os profissionais.
Esta notícia surge no dia em que o Ministério da Administração Interna anuncia a aplicação das novas tabelas remuneratórias dos 16.146 elementos das forças de segurança. Uma medida que custará anualmente cerca de €13,7 milhões aos cofres do Estado.