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Uma meta política que defina, salve Portugal… Eis o desafio!

(…“ A todos estes há-de pedir Deus estreita conta, não só quanto às pessoas , senão também, e muito mais, quanto aos ofícios. – in Padre António Vieira, Sermões, pag.140)

Não aceitamos o desafio, ou o repto, de doutrinar alternativas por acharmos ser pura perda de tempo. Porém, aceitamos o desafio de achar que o país precisa urgentemente de uma meta política. Uma gestão do país que não tenha o passo curto, feita de pequenos passos, uma meta política que contenha a análise da crise financeira internacional.

Que olhe mais longe, siga ao rigor o reestruturar do sistema financeiro internacional (um International Market Maker à altura de regular os mercados financeiros, seus derivativos), que lute por estabilizar as taxas de câmbios, que vede os fluxos dos capitais especulativos, dinamize as relações comerciais, que impulsione lá e aqui a recuperação da economia interna e internacional, a retomada de confiança dos agentes privados, consumidores, investidores, atento ao pulsar da economia americana, que insista por lutar, pressionar, influenciar por uma convenção que obrigue, se responsabilize por estabilizar taxas de câmbio, limite rigorosamente as ações especulativas dos mercados financeiros.

Que lute por uma reestruturação do sistema financeiro.

Que exija reestruturação do sistema fiscal, que o simplifique, não o burocratize, acompanhada com a justiça dos casos concretos, mais facilitada pela simplificação, que altere, num país tão pequeno, uma teia complexa de obrigações fiscais, perante a modernidade de sistemas simples e práticos.

Que deixe para trás estes patamares ou graus de planificação de soluções imediatistas, e que com golpes de génio capazes de gerar consensos gerais reescreva o caminho… internamente com respeito pelo consenso e imposto pela força da sua razão e conteúdo nas diversas instâncias, organizações e instituições envolvidas nesta intrusão que melindra….

Um voo que veja a crise atual, mas também a anterior, mas que realize e redefina Portugal.

É este o sentido comum, o desafio é connosco próprios, para quê pois propor desafios a outros que atrasam e não resolvem?

O desafio é com o tempo, com as circunstâncias, com a urgência da solução, com a audácia, a sabedoria, a capacidade de navegar alto, muito alto, ver longe.

O desafio das palavras atrasa o lançamento, a hora da partida dessa cruzada com gente sábia, corajosa, heroica, séria, com amor a uma causa maior, que abrace horizontes largos e não se perca nos labirintos curtos da troika, e dos pequenos e inseguros passos.

Uma meta política com Passos de gigante, outros passos mais largos, mais firmes, mais sóbrios, mais silenciosos, mais assentes em trabalho esgotante e competente, com menos aparências, com gente que intua sem esforço as coordenadas a rasgar, finte as estratégias de curto alcance e que com energia e rigor veja longe, reerga Portugal.

Uma meta política superior porque o momento é grave, que não se circunscreva ao imediatismo dos problemas ou das soluções sem rasgar o futuro num voo cada vez mais alto e largo, numa ação governativa, mas também moral, social, cívica.

É esse e não outro o desafio, não basta voar, é preciso voar muito mais alto. O verbo transitivo a aplicar não é nunca desafiar… É hora de Governar.

João Castanho, Guarda

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