Depois das negociações para a fusão do Guarda Desportiva e Guarda Unida terem sido dadas como abortadas no início de julho, os dirigentes voltaram a sentar-se à mesa e chegaram a acordo na semana passada. Contudo, até o projeto estar legalmente concluído ainda há um conjunto de contingências burocráticas a ultrapassar, daí que o “novo clube” vá competir na IIª Divisão Distrital com o nome da Guarda Unida.
De resto, foi esta a coletividade representada no sorteio dos distritais de futebol realizado no sábado. «É uma união de facto até se fazer a união de direito», explica António Pissarra, presidente do Guarda Unida, que esclarece que «há questões de caráter legal que vão ter que se resolver» mas que são «irrelevantes» face ao acordo alcançado entre as duas direções. O dirigente defende que, «face às circunstâncias, a fusão é a melhor solução», tanto em termos dos apoios disponíveis, como na gestão dos espaços, dos recursos humanos e materiais. «É também bom para a própria cidade que precisa de ter um clube com alguma dimensão. Juntando mais pessoas e havendo mais sinergias, achamos que vai ter um resultado positivo», sublinha. Guarda Unida Desportiva Clube será a designação da nova estrutura, que poderá integrar os sócios dos dois clubes que o desejem e que vão ser chamados a ratificar «os princípios do acordo de fusão» em Assembleia-Geral.
O símbolo escolhido será o do Guarda Unida, enquanto os equipamentos deverão manter-se os dois atuais, sendo que essa é uma «questão a tratar mais tarde». António Pissarra assume que, «ao se fundirem os dois clubes, a aposta é claramente a subida de divisão», lembrando que a nova coletividade vai ter 17 equipas e «cento e tal miúdos» em competição. «Não faz sentido ter outro objetivo que não seja a subida, mas sempre dentro de um rigor orçamental e sem entrar em loucuras», avisa. Para alcançar esse intento o treinador é Humberto Barroco, que, na última época, orientou o Guarda Unida e deverá agora contar com uma mescla dos melhores atletas dos dois grupos. «Não vamos duplicar a estrutura, até porque a fusão também servirá para reduzir custos», esclarece o presidente do Guarda Desportiva, salientando que «unidos seremos mais fortes».
Dizendo que não lhe compete «assumir o objetivo de lutar pela subida», Carlos Chaves Monteiro clarifica que «não há um novo clube, mas sim o aproveitamento da estrutura organizativa do Guarda Unida». Além disso, quando o clube resultante da fusão estiver formalmente constituído serão feitas eleições para «se eleger uma lista que contará com elementos das duas coletividades». O dirigente indica que «existe acordo pleno quanto às questões essenciais», tendo ficado «satisfeito» com o acordo alcançado dadas «as condições que temos e isso obriga-nos a repensar todo o nosso projeto». «É uma decisão certa que vai ao encontro dos interesses de cada clube e da população da Guarda que gosta de futebol», reforça Carlos Chaves Monteiro.
Ricardo Cordeiro