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Instabilidade (II)

Mitocôndrias e Quasares

Nos últimos anos, os satélites metereológicos converteram-se em importantes elementos auxiliares da metereologia de observação. Cabe destacar dois grupos: os que viajam, de pólo a pólo, sobre a Terra a uma distância relativamente pequena (800km) e cujo período orbital é de uns 100 minutos, enquanto a Terra gira por debaixo deles a cerca de 25º de longitude, e um segundo grupo que gira à volta da Terra, no plano equatorial, a uma distância muito maior, a 36 000 km. A esta distância o período orbital do satélite é, exactamente, de 24 horas, de forma que gira à mesma velocidade da Terra: parece estar imóvel sobre um ponto do equador. Cinco satélites geoestacionários são suficientes para observar a Terra sem interrupções.

Os satélites metereológicos que orbitam os pólos não só tiram fotografias da superfície e das nuvens – tanto na banda da luz visível como na região do infravermelho do espectro electromagnético -, mas medem também a intensidade da radiação emitida pela superfície terrestre e da atmosfera em diversos comprimentos de onda. Desta forma, pode calcular-se a temperatura atmosférica a diferentes altitudes. A velocidade do vento em altitude calcula-se partindo da velocidade de deslocamento das nuvens, extraída das fotografias enviadas pelo satélite geoestacionário e projectadas numa tela em movimento acelerado. Este processo, não obstante, só funciona nas regiões entre os 50º de latitude norte e 50º de latitude sul, pois que o satélite colocado sobre o equador só nessas latitudes pode, em certa medida, captar a Terra sem distorções.

Os dados dos satélites de órbita polar e os geoestacionários são hoje elementos rotineiros dos serviços meteorológicos. A metereologia por satélite é um sector em desenvolvimento de grande futuro e muito importante, se bem que não relativamente caro.

Uma rede de telecomunicações mundial dos serviços metereológicos permite a troca de informações sobre o tempo entre os grandes centros metereológicos, em poucas horas, dependendo das observações efectuadas. A quantidade de dados é tão abundante e a sua circulação tão rápida que, hoje em dia, as informaçãos só podem classificar-se, comprovar-se e encaminhar-se dentro do prazo estipulado por meio de computadores de grande potência. Os dados, uma vez introduzidos nos potentes computadores, são representados em mapas geográficos zonais em forma de símbolos ou números.

Para os meteorologistas, cria-se assim uma imagem da situação actual do tempo que pode transmitir-se em tempo real. A análise do tempo também pode ser feita pelo computador mediante o conhecimento de factores objectivos, como sejam a distribuição da pressão atmosférica, vento, temperatura no solo e em altitude entre outros. Para previsões a 24 horas devem recolher dados de uma zona geográfica relativamente restrita. Para previsões de três ou quatro dias devem reunir-se como condições iniciais os dados de todo o hemisfério Norte. Para prognósticos para um futuro distante são necessárias informações sobre todo o globo terrestre e as condições marítimas.

De referir ainda que os fenómenos atmosféricos obedecem a leis físicas. Conhecendo-as, podem exprimir-se em equações matemáticas e calcular o comportamento da atmosfera, que tem como nome o modelo matemático da atmosfera real. Este modelo está em constante actualização para conseguir maior rapidez e eficácia na previsão atmosférica, contudo este prognóstico é afectado pelo facto da atmosfera ter uma memória limitada. Esta memória é limitada na medida em que o tempo do dia seguinte e do posterior depende do tempo actual. Contudo o tempo dentro de 14 dias não está relacionado com o actual, uma vez que dentro de 14 dias a atmosfera “esqueceu” as condições iniciais. É à falta de memória, que se devem as oscilações presentes em todos os campos atmosféricos, tornando complicadas as previsões atmosféricas.

Por: António Costa

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