A Refrige, engarrafadora exclusiva da Coca-Cola Company em Portugal, decidiu adiar os planos para produzir uma água mineral na sua unidade de Gouveia, que adquiriu em 2009, devido à atual conjuntura económica de crise. O presidente do município gouveense confessa que «gostaria» que o projeto já estivesse em andamento mas garante que respeita e compreende as decisões do grupo empresarial.
A multinacional de bebidas comprou em setembro de 2009 os ativos que integram o Centro de Produção de Gouveia da Unicer Águas, que se dedicava ao enchimento da marca Vitalis. Contudo, de acordo com o “Público”, o contexto financeiro fez a Refrige, colocar um travão no investimento. «Neste momento, estamos a fazer uma avaliação de como queremos entrar no segmento das águas. O “quando” ainda está por definir. O mercado mudou. A conjuntura económica piorou muito desde há dois anos», disse Tiago Lima, diretor de relações externas da empresa, ao diário.
Após a compra da fábrica da Unicer, a Refrige tem vindo a delinear propostas de marketing e o responsável explica que não estava, à partido, estabelecido um prazo concreto para avançar para o mercado. O mais «crítico» é saber quando é que a unidade
situada na freguesia de Aldeias vai começar a produzir água mineral: «Vai depender da economia», frisa. A fábrica está desde setembro de 2009 a ser mantida por 15 trabalhadores, que já tinham contrato com a Unicer. Uma das condições que a Refrige impôs para avançar para a compra da fábrica era ter autorização para aumentar a área de intervenção e a capacidade de produção. O projeto recebeu “luz verde” do Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade em maio de 2009.
Contactado por O INTERIOR, o presidente da Câmara de Gouveia não se alongou em comentários mas sempre disse que «gostaria que a fábrica de água já estivesse a laborar mas como é evidente tenho de respeitar as opções estratégicas do grupo». Álvaro Amaro reconhece que «a crise existe e é real», sustentando que mantém a «esperança» de que o investimento vá ser uma realidade, até porque «mais vale tarde do que nunca», frisa.
Ricardo Cordeiro