Pensar em repetir o feito histórico de ter chegado às meias-finais do campeonato da Iª Divisão de futsal é, para já, um objetivo que «não é real» para a Associação Desportiva do Fundão. A formação, que continua a ser treinada por Joel Rocha, e que realiza o primeiro jogo do campeonato em casa dos Leões de Porto Salvo a 10 de setembro, apresentou o seu plantel na semana passada, contando com cinco renovações e cinco contratações.
Questionado se o objetivo era, «no mínimo», igualar o terceiro lugar da época transata, o técnico ironizou dizendo que «isso é pedir pouco». Mais a sério, defendeu que «o objetivo primordial é conseguir que estes 10 nomes sejam uma equipa de futsal», até porque «com cinco renovações e cinco contratações o nosso trabalho vai ser muito mais difícil do que na época passada», onde só houve duas contratações. «Prometer mais do que isso agora é impossível», assegura, lembrando que «para chegarmos à meia-final, temos que estar entre os oito primeiros para disputar os “play-off”». Outro propósito é fazer uma época «muito mais consistente e regular que a anterior, que foi muito inconstante». Da época passada continuam Gonçalo Oliveira, Couto, Josiel, Rui Pedro e Luís Marques. Os reforços são os portugueses Davide (ex-Boticas) e Mário Freitas (emprestado pelo Sporting), bem como os brasileiros Alex Santos (ex-Wimpro/Guarulhos), André Mesquita (ex-Betim) e Alex Silva (ex-EMSAC).
Em observação estão Tuca Ribeiro (ex-Mogadouro), Jonathan Simões (ex-Cabo Frio) e Gonçalo Carrola (ex-Alcaria). O treinador sublinha que «enquanto não houver uma convergência das ambições desportivas com a realidade financeira do clube não é atualmente possível a qualquer jogador fazer parte da nossa estrutura». Nesse sentido, adianta que a ADF está a tentar contratar mais dois jogadores, um pivot e um fixo. Joel Rocha destacou ainda que, pela primeira vez, a ADF contratou um internacional português, Davide, e pode garantir outro (Mário Freitas), considerando serem duas contratações «de enorme valia». Na sua opinião, o plantel «é o possível, é o melhor que temos e são jogadores que sobretudo têm um enorme desejo e vontade de fazer parte do nosso projeto».
A pré-época arrancou ontem com os primeiros treinos, realizando-se um estágio na próxima semana na UBI que culminará com um jogo com o Sporting da Covilhã. Em relação ao sorteio, Joel Rocha realça que «sete das 14 equipas são novas», daí que «50 por cento do campeonato» seja «desconhecido» à ADF. Das seis formações que permanecem no escalão, «duas são “galáticas”», referindo-se a Benfica e Sporting, em relação às quais «há uma enorme discrepância» em termos de investimentos. «Serão 12 equipas com orçamentos razoáveis e duas que investem nove vezes mais que a ADF, que gasta por ano o que o Sporting e o Benfica gastam por mês». Por sua vez, José Luís Adrião, membro da comissão que vai gerir o futsal sénior da ADF, adiantou que o orçamento para esta época é de 140 mil euros e «nem mais um tostão», sendo que «cerca de metade» corresponde ao apoio do município.
Ricardo Cordeiro