«Esta é uma excelente forma de aplicarmos os conhecimentos adquiridos nas aulas», garante Pedro Machado, aluno do Colégio Internato dos Carvalhos, Porto. Este estudante integrou a equipa primeiro classificada da classe de Escolas Secundárias e Profissionais do I Concurso Robô Bombeiro, que o Instituto Politécnico da Guarda promoveu no último sábado, destinado a concorrentes de todo o país. Já na classe de Universidade e Politécnicos, o primeiro lugar foi para uma equipa “da casa”, constituída por dois alunos do curso de Engenharia Informática.
Ao todo, foram 14 as equipas que se inscreveram neste desafio inédito, mas apenas nove concorreram efectivamente, já que «alguns problemas técnicos» impediram a participação das outras seis, conta Carlos Carreto, membro da organização. Apesar de reconhecer que o objectivo inicial do departamento de Informática, entidade promotora do evento, era o de «tentar juntar o maior número de equipas», Carreto mostrou-se satisfeito com os 14 concorrentes, uma vez que não existiam «grandes expectativas» por ser a primeira edição, confessa. Para o futuro, e com uma «maior divulgação», existe a ambição de contar com um número mais significativo. Ainda assim, registaram-se alguns casos de professores universitários que poderiam ter incentivado a participação dos seus alunos se soubessem da existência do I Concurso Robô Bombeiro, sublinha o docente, salientando que o evento está também aberto a «qualquer pessoa, mesmo que não seja estudante», pois um dos objectivos da iniciativa é «divulgar a ciência e a tecnologia». Além do mais, este projecto de robótica é «bastante divertido» e «muito aliciante», visto ser «multidisciplinar», o que permite aos alunos colocarem em prática os conhecimentos que adquirem em várias disciplinas, como programação, matemática, física e outras.
Na competição que se desenrolou no último sábado no pavilhão de S. Miguel, nem todos os robôs conseguiram cumprir com êxito a tarefa de explorar um pequeno labirinto, a fazer lembrar uma casa com corredores e quartos, para extinguir o incêndio simulado por uma vela. O “Extintor implacável”, da equipa “Fire Team”, constituída por dois alunos de Engenharia Informática do IPG, José Monteiro e Luís Freire, foi aquele que esteve mais perto de conseguir uma prestação totalmente perfeita e logo na primeira tentativa. De resto, a “Fire Team” não deu hipóteses à concorrência, já que, para além de ter sido a primeira na classe destinada a Universidades e Politécnicos, arrecadando 500 euros, ainda recebeu o prémio especial do júri e o prémio da Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG) do IPG, ambos no valor de 75 euros. José Monteiro, visivelmente satisfeito com o primeiro lugar, conta que «muitas horas» foram dedicadas nas duas últimas semanas à concepção do “Extintor implacável”, «todo feito de raiz especialmente para este concurso», conta. Na classe de Escolas Secundárias e Profissionais, o vencedor foi o “Robô-Bomba”, da equipa CIC_Robô, do Colégio Internato dos Carvalhos, constituída por Pedro Machado, Rui Diogo, Joaquim Tavares e João Carneiro, orientados pelo professor Emílio Couto. Pedro Machado conta que o protótipo do robô já existia, mas teve que ser remodelado «quase por completo» para participar no concurso. O jovem de 18 anos indica que esta actividade representa um «gosto pessoal», já que é tudo feito fora do horário escolar. Contudo, «esta é uma excelente forma de aplicarmos os conhecimentos adquiridos nas aulas», refere, explicando ter aprendido «muito» desde que se iniciou na robótica há dois anos atrás. Para Carlos Carreto, actualmente já existem corporações de bombeiros que usam robôs para desenvolver o seu trabalho, não do mesmo tipo dos participantes neste concurso, mas telecomandados, que são úteis para «entrar num edifício em perigo de ruir», conta. Quanto aos robôs deste concurso, que variaram muito conforme o entendimento de cada equipa, estavam equipados com um sistema de três sensores, um de luz, outro de calor e um último de infravermelhos para detectar as paredes. Mais universal foi a escolha do sistema de extinção, pois a grande maioria dos participantes optou pela colocação de uma simples ventoinha.
Ricardo Cordeiro