A Praça Velha, tal como a conhecemos atualmente, pode ter os dias contados. Joaquim Valente anunciou na última reunião de Câmara, realizada na segunda-feira, a intenção de ali instalar uma enorme esplanada e revelou que o projeto de correções do arquiteto Camilo Cortesão, autor da requalificação do espaço, deverá ser implementado a curto prazo. Tudo para dar mais vida ao “coração” da cidade.
Dele consta a instalação de bancos para dissimular os desníveis e a colocação de um novo dissuasor de estacionamento. «O projeto está a ser avaliado e esperamos fazer as reparações necessárias na praça e nas traseiras da Sé com soluções duradouras e eficientes para a sua utilização enquanto espaço público», justificou o presidente do município. As soluções propostas por Camilo Cortesão agradaram aos vereadores do PSD, que também gostaram da ideia da grande esplanada. «Vamos lançar um concurso de ideias para criar este espaço, que terá de ser totalmente envidraçado para não colidir com a envolvente. Tanto pode ter a forma de um cubo ou de uma pirâmide, o objetivo é criar um bom espaço onde as pessoas possam estar com conforto e comodidade no verão e no inverno», explicou. Revelou ainda que a esplanada deverá surgir na zona menos inclinada da praça e a sua exploração será concessionada mediante um concurso público. «Vamos deixar o mercado funcionar», declarou.
Até lá, o executivo vai aprovar na próxima reunião uma proposta de Rui Quinaz, que sugeriu a isenção do pagamento de taxas de esplanadas entre setembro e maio. «É um incentivo aos proprietários de cafés, pois não há esplanadas na cidade neste período e há cada vez menos no verão por causa dos valores exigidos pela Câmara», justificou o vereador social-democrata, para quem, com esta medida, será possível «criar hábitos e dinamizar o centro urbano». Joaquim Valente concordou e pediu aos serviços para alterar o regulamento nesta matéria, garantindo que a proposta final será votada no dia 23, data da próxima reunião de Câmara. Nesta sessão, o executivo também ratificou a decisão de adjudicar ao consórcio formado pelas empresas António Saraiva e Filhos e Albino Teixeira a requalificação paisagística do “Arco Comercial” da Guarda por pouco mais de dois milhões de euros, o valor mais baixo apresentado no âmbito de um concurso público, cujo preço-base era de 2,7 milhões.
Obras no “Arco Comercial” avançam até ao verão
«São empresas da Guarda que vão melhorar um espaço da cidade com muito comércio e que queremos tornar mais atrativo e competitivo», afirmou o edil. O prazo da empreitada é de 500 dias, sendo que as obras vão desenvolver-se entre a rotunda do Colégio de S. José e o Bonfim, nas ruas António Sérgio, Calouste Gulbenkian, Cidade de Safed e Almirante Gago Coutinho e consistem na repavimentação destas artérias e na valorização da envolvente. Está previsto o alargamento da rotunda da Ti’Jaquina e a requalificação paisagística do descampado existente junto ao restaurante “O Imperador”, onde será criado um jardim com uma fonte interativa, um espelho de água e uma cascata. A estrada entre as rotundas do Colégio de S. José e da Ti’Jaquina terá duas faixas de rodagem de cada lado, conforme a Avenida Monsenhor Mendes do Carmo. Dado tratar-se de uma intervenção numa zona com muito comércio e tráfego rodoviário, o presidente antevê «alguma conflitualidade», mas apela à compreensão dos munícipes. «As obras não se fazem contra as pessoas», afirmou.
Esta intervenção faz parte do Programa de Parcerias para a Regeneração Urbana, ao qual a Guarda candidatou mais de 9,2 milhões de euros em obras e iniciativas, um investimento comparticipado pelo FEDER em quase seis milhões de euros. Os 18 projetos apresentados devem estar prontos até 2013. E por falar em estradas, Joaquim Valente adiantou que as obras na estrada do Rio Diz estão em fase terminal, «falta meter camada de desgaste», mas não referiu qualquer data para a sua abertura ao trânsito.
Luis Martins