A freguesia de Cabeça, no concelho de Seia, viu, é, desde sexta-feira, a primeira aldeia LED de Portugal após a conclusão das obras de iluminação pública, no âmbito de uma empreitada de reabilitação urbana levada a cabo pelo município.
A tecnologia LED (Light Emitting Diode) desperdiça menos energia e é mais económica, permitindo ainda uma melhor qualidade da iluminação. Permite reduzir o desconforto da iluminação tradicional (poluição luminica), e diminui os consumos «na ordem dos 60 por cento, o que gera poupança financeira e redução de emissão de CO2», adianta o município. Já a empreitada de reabilitação urbana de Cabeça, orçada em 683 mil euros, consistiu na remodelação das infraestruturas elétricas, telecomunicações, redes de drenagem de águas residuais e de distribuição de água ao domicílio, arquitetura paisagística e execução de arruamentos. Na cerimónia de inauguração, realizada na passada sexta-feira, o presidente da Câmara, Carlos Filipe Camelo, salientou a importância da requalificação desta aldeia, que integra o grupo de 10 aldeias do concelho que formam a rede de aldeias de montanha.
Já o presidente da Junta sublinhou também a importância dos trabalhos enfatizando o arranjo das ruas, atualmente «todas empedradas em xisto, como era tradicional». Segundo António Dias, a tecnologia LED vai trazer modernidade à aldeia e uma poupança de energia «na ordem dos 70 por cento». Recorde-se que Seia tem por objetivo ser o primeiro concelho do país ambientalmente sustentável graças ao “Eco2Seia: Low Carbon City”, um programa de baixo carbono. O objetivo é reduzir as emissões de gases com efeito de estufa num município com cerca de 26 mil habitantes, os quais vão ser abordados para trocarem gratuitamente as suas lâmpadas incandescentes por outras economizadoras. Este é o primeiro passo de um projeto inédito em Portugal, que faz parte do Plano Estratégico Seia 2020. A troca de lâmpadas vai ser feita por equipas de voluntários, primeiro no Sabugueiro e posteriormente nas outras 28 freguesias do município.
Um inquérito à população revelou que haverá 200 mil lâmpadas incandescentes no concelho, onde 15 mil lares vão ser visitados pelas equipas de voluntários e receber gratuitamente lâmpadas economizadoras, que consomem menos 80 por cento de eletricidade. Com esta iniciativa, a autarquia estima que os munícipes poderão poupar cerca de 750 mil euros na conta anual da luz e, simultaneamente, diminuir a emissão de gases poluentes.
Luis Martins
