A CDU espera ser a depositária do voto de protesto nas legislativas de 5 de junho, pois «votar no PS, PSD e CDS é votar nos responsáveis pela situação atual do país», considerou Patrícia Machado, dirigente da Direção da Organização Regional da Guarda (DORG), durante a apresentação dos seus candidatos na passada segunda-feira.
José Pedro Branquinho volta a ser o cabeça-de-lista, sendo acompanhado por Ilda Bernardo, Carlos Chanhoto, Hugo Carrola, Anabela Matos, Honorato Robalo, Aristides Valente e Sandra Sousa. Zulmiro Almeida, porta-voz da comissão de utentes contra as portagens, é o mandatário. «Nunca como hoje houve tanta necessidade de dizer basta», afirmou Patrícia Machado, acrescentando que a CDU é a garantia de «uma política alternativa que sirva os interesses dos trabalhadores». A dirigente responsabilizou PS, PSD e CDS, pressionados pelos grandes grupos económicos e a banca, pela atual crise e avisou que, com o FMI, «vai aumentar o desemprego e as dificuldades dos portugueses». Por isso, apelou a que o voto de protesto se faça na CDU. «Quem sente a crise são os desempregados, as famílias, os jovens precários, os pequenos e médios empresários, os agricultores e os reformados. São sempre os mesmos a fazer sacrifícios», criticou.
Por sua vez, José Pedro Branquinho sublinhou que estas eleições podem dar origem a «uma nova correlação de forças na Assembleia da República, mais favorável a quem está a pagar a crise». O candidato, de 46 anos, recordou depois o trabalho pelo distrito dos deputados da CDU em Lisboa e Estrasburgo, apesar de nenhum deles ter sido eleito pelo círculo da Guarda. «Gostaria de ter visto tanto empenho por parte dos eleitos do PSD e PS, estes últimos até votaram contra o projeto de resolução relativo ao integrado do nosso distrito», lamentou. Críticas à parte, assumiu como objetivo obter mais votos que nas eleições anteriores, já que a eleição de um deputado «é quase uma ilusão». José Pedro Branquinho apelou ainda ao voto, pois a abstenção é «a forma de protesto que mais convém ao capital e aos partidos do Bloco Central». Na sua opinião, não votar é «esconder-se dos problemas».
Os argumentos da CDU para esta campanha são os mesmos há muitos anos, com destaque para a necessidade de um Plano Integrado de Desenvolvimento que possibilite «a regeneração» dos setores têxtil e de componentes para automóveis. O turismo e a agricultura são outras áreas estratégicas para «estancar a desertificação e vencer a grave crise económica e social» que se vive na região, onde também não deverão faltar «bons serviços públicos». O cabeça-de-lista da CDU defende também a redução «desde já» do IVA, bem como um plano de desenvolvimento para a corda da Serra e a concretização dos investimentos estruturantes na rede ferroviária e rodoviária, entre outras medidas. «O distrito da Guarda tem sido esquecido e abandonado pelas alternâncias do PS, PSD e CDS, separados ou juntos, sendo o último grande exemplo desta aliança a introdução de portagens nas SCUT», recordou.
Luis Martins
Comentários dos nossos leitores | ||||
---|---|---|---|---|
|
||||